top of page
Buscar
  • Foto do escritorHenrique Correia

É preciso evitar uma ilha resort e uma ilha gueto; o "alerta-recado" de Rodrigues


A ilha guetto apontada pelo presidente da Assembleia é onde "os naturais e residentes se sentem quase estranhos na sua própria terra, por via de uma expulsão para as periferias dos grandes centros".



O presidente da Assembleia Regional, José Manuel Rodrigues, defendeu ser preciso “evitar criar duas ilhas, uma ilha resort, onde o estrangeiro e o visitante se sentem com qualidade de vida e tranquilidade, e uma outra ilha, uma ilha-gueto, onde os naturais e residentes se sentem quase estranhos na sua própria terra, por via de uma expulsão para as periferias dos grandes centros, devido aos preços exorbitantes de terrenos e casas nos centros de freguesias e concelhos...“há uma grande pressão imobiliária e turística que tem, necessariamente, impacto no ordenamento do território e na paisagem...Estou certo de que os senhores arquitetos aqui presentes, os obreiros da era que vivemos, são os melhores intérpretes deste sentir dos ilhéus”, rematou o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira".

Esta declaração do líder do Parlamento vem ao encontro do sentido de preocupação da população, sobretudo os mais jovens, mas também os outros, relativamente ao que será o futuro da habitação na Madeira em função dos investimentos de luxo que estão a surgir, neste momento com procura, o que já fez disparar os preços, ocupar o centro de imobiliário de luxo e empurrando os madeirenses para a periferia, muito periferia, através da oferta de construção a preços controlados por via dos investimentos englobados no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), realidade que muitos temem poder resultar numa forma de "gueto", mais controlado do que o histórico verificado com os bairros sociais, massificados.

O Governo Regional, pela voz do presidente Miguel Albuquerque, já assumiu que o investimento de luxo é importante, que está em curso e em progressão, que ocupa o melhor espaço da cidade central e que deixa pouco espaço de manobra para o poder aquisitivo, reduzido, dos madeirenses, ainda mais para os casais jovens. No fundo, o que Miguel Albuquerque assume é o que José Manuel Rodrigues teme. Por um lado, um Funchal resirt, por outro um Funchal "gueto".

“Estou certo de que os senhores arquitetos aqui presentes, os obreiros da era que vivemos, são os melhores intérpretes deste sentir dos ilhéus”, rematou o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.

O presidente da Assembleia fez esta declaração na cerimónia de encerramento do Seminário “Arquitetura nas Ilhas”, promovido pelas Secções Regionais da Madeira e dos Açores da Ordem dos Arquitectos.

Foi ali que José Manuel Rodrigues defendeu, ao início da tarde de hoje, a “absoluta necessidade de classificar o património edificado, para que a voragem da construção não dê cabo de obras notáveis e marcantes da arquitetura nestas ilhas, sobretudo do século XX”.

“Muitas destas peças estão por conhecer e divulgar, e este aspeto é um dos maiores inimigos da sua recuperação e preservação. Em vez de erguermos parques temáticos a recriar o que temos, era bem mais importante tentar recuperar e conservar o que resta da nossa história, em particular do património edificado, ligado aos ciclos de prosperidade do açúcar e do vinho".


22 visualizações

Commentaires


bottom of page