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  • Foto do escritorHenrique Correia

A mensagem ao povo deve ser de confiança...




Não é o momento para aproveitamentos políticos, o objetivo é salvaguardar pessoas e bens. Não é tempo para esta dialética partidária. Mas é tempo, sempre, de haver prudência e firmeza na análise e na decisão.




Tanto o presidente do Governo como o secretário regional da Saúde com a tutela da Proteção Civil cometeram um lapso dos grandes na avaliação dos incêndios na Ribeira Brava e Câmara de Lobos. Foram mal informados? Foram mal aconselhados? Foram levados pelo orgulho de um controlo meio descontrolado? Não sabemos, o que sabemos é que quatro dias depois do início dos fogos, a declaração de firmeza foi a de que nem estamos a esgotar os meios e por isso não se justificava pedir ajuda ao exterior, nem de meios terrestres nem de meios aéreos.

E na verdade, mesmo que essa recusa soasse a estranho, porque na pior das hipóteses pecavamos por excesso de zelo, o que até seria bom em casos de risco, a verdade é que essa decisão tão rigorosa seria levada em conta, mesmo com críticas, mas era a decisão com base em alguma análise sustentada em opiniões técnicas. Mas não foi isso que aconteceu, uma vez que não demorou muito até a governação dar conta de procedimentos no sentido de fazer deslocar 80 elementos do Corpo Nacional de Bombeiros para um apoio no terreno, apoio que uma hora antes não era necessário. Uma mudança inexplicável ou inexplicável a primeira avaliação. Ou uma coisa ou outra. Acontece, mas depois de quatro dias à espera de dizer qualquer coisa, vem isto e lá vai a credibilidade de uma avaliação, põe tudo em causa.

Não é o momento para aproveitamentos políticos, o objetivo é salvaguardar pessoas e bens. Não é tempo para esta dialética partidária. Mas é tempo, sempre, de haver prudência na análise, estratégia dos meios e nunca sobranceria na atitude quando estão em causa valores bem maiores. O problema não é mudar de opinião, o problema é mesmo a forma tão firme, de certeza absoluta, com que colocam na rua decisões, que parecem ser da maior certeza do mundo para pouco depois ser da maior fragilidade do mundo. Não podiam, antes, dar conta de um processo em avaliação, por parte das equipas competentes de Bombeiros e Proteção Civil, deixando na opinião pública a segurança de que, se for necessário, haveria recurso a apoio exterior? Teria outra sustentação e outro impacto político, que nestes momentos é inevitável.

Podemos, sempre, aprender as lições da vida e dos momentos. Não sei, por falta de conhecimento, se era necessário reforçar a operação com meios do exterior, se poderiam vir meios aéreos suplementares. Não estou nem não posso fazer reparos técnicos à intervenção, tomo como boa a ideia que os Bombeiros, a Proteção Civil e todos os intervenientes na salvaguarda de pessoas e bens, deram e estão a dar o seu melhor. Mas o que sei é que, seja a que pretexto for, as posições e decisões políticas devem, sempre que possível, transmitir segurança, credibilidade e confiança, .

Os governantes escolhem as suas equipas com base na confiança. Como os eleitores fazem ou deviam fazer em relação aos políticos. Quanto a estes, só têm que fazer por merecer.

Vamos a este combate sem tréguas. Depois, que se tirem as ilações tidas por convenientes.


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