Henrique Correia
A segurança do Funchal não é fácil de resolver
Miguel Albuquerque, no discurso do Dia da Cidade, e o médico José Luís Nunes, presidente da Assembleia Municipal, na RTP-M, reconheceram que resolver as dependências é mais difícil do que parece.

Anda o Funchal numa insegurança que já preocupa, agravada pela pandemia e pelo aumento do turismo que fez alargar o leque de potenciais vítimas de assaltos e agressões, e de repente fez-se luz mais objetiva relativamente ao que fazer para devolver a confiança aos munícipes ao se movimentarem na sua cidade.
Tanto Miguel Gouveia, o anterior presidente da Câmara, como Pedro Calado, o atual líder autárquico, sentiram o problema e procuraram soluções. Calado, ainda sem tomar bem o pulso ao problema, acabava de ser eleito, já apontava para uma grande preocupação e uma grande vontade de encontrar soluções. E a primeira ideia foi dar formação aos sem abrigo, há cerca de 100 deambulando pela cidade, para depois tirá-los das ruas e dar casa e trabalho. Dito assim, até parecia fácil e admite-se que Pedro Calado, hoje, veja o problema de outra forma, é mais difícil do que pensava, embora já tenha dado passos nesse sentido, pelo menos dando casa a quatro pessoas nessas condições.
A segurança tem sido questão nuclear nas prioridades, mas existem muitas situações adjacentes que dificultam a intervenção rápida. Calado pede mais policiamento de proximidade, ajuda, tem efeito dissuasor, mas a tutela das polícias é do Governo da República. Mas há mais e o agravamento da situação por força da sucessão de casos, trouxe a debate o que, afinal, não é assim tão fácil de resolver em termos de intervenção.
E hoje, o Dia da Cidade trouxe um pouco mais de clarividência relativamente ao cenário da (in)segurança da cidade do Funchal. Afinal, não é tão fácil resolver. O presidente do Governo disse-o com todas as letras no seu discurso, falou nas dependências das novas drogas, muitas delas nem figuram nas listas das polícias.
Miguel Albuquerque disse que este problema das dependências não é fácil de resolver e deve obedecer a uma ação profissional, não vai com amadorismos nem com caridadezinhas, é preciso envolver as instituições no seguimento e no tratamento desta população vulnerável da cidade. E este é um trabalho a longo prazo".
Curiosamente, neste mesmo sentido, o presidente da Assembleia Municipal também veio a público dizer que o problema da segurança da cidade e dos sem abrigo não é fácil de resolver. Foram declarações à RTP Madeira. "A toxicodependência é uma doença, o alcoolismo é uma doença, a doença mental deve ser tratada. Primeito é preciso tratar e depois ainda temos a reinserção".