Bastonária da Ordem dos Advogados lembra a indiferença do sistema: "Faleceu ontem esta nossa colega, aos 39 anos de idade, com uma criança de meses, sem qualquer apoio institucional e do estado e sem que a justiça pudesse "parar" para a conseguir ajudar".
Fernanda De Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados.
Joana Canas Varandas, advogada, 39 anos de idade, natural de Águeda, morreu de doença oncológica. Deixa uma criança de meses. Perdeu a vida lutando contra a doença e por um sistema que a abandonou, deixa para debate um problema que afeta a profissão e que o Estado demora a resolver. A Bastonária da Ordem veio a público manifestar a sua indignação e lembrar um dos últimos posts da advogada. Fernanda De Almeida Pinheiro escreve que "este foi um dos posts que a Dra. Joana Canas Varandas nos escreveu num grupo, para nos descrever o que estava a viver em consequência da sua doença oncológica (que acabou por lhe retirar a vida), por ser advogada e por não ter acesso a uma previdência digna desse nome.
Faleceu ontem esta nossa colega, aos 39 anos de idade, com uma criança de meses, sem qualquer apoio institucional e do estado e sem que a justiça pudesse "parar" para a conseguir ajudar".
A Bastonária lembra que "isto sucede com TODOS/as os/as advogados/as, solicitadores/as e AE que têm de enfrentar esta situação.
É ao estado que compete fazer cumprir a constituição e não pode continuar a fazer de conta que nada tem a ver com o que se passa com cerca de 40.000 profissionais que são seres humanos como os demais e que escolheram as profissões legais para servir a justiça.
Manter esta situação é denegar a cada um/a deles/as os seus direitos constitucionais de previdência mais básicos.
Passaram quase 10 anos desta luta e isto vai mesmo ter de mudar, porque não vamos deixar que isto possa continuar a ser uma realidade medieval!!".
E publica o o post da advogada que perdeu a luta contra o cancro e contra o sistema. Que a sua luta possa ser importante para a reposição de eventuais injustiças.
A advogada que morreu aos 39 anos deixando caminho para a luta pelos "direitos constitucionais de previdência mais básicos".
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