Ministro Pedro Santos: "Três personalidades vão sugerir um coordenador geral que depois vai constituir seis equipas que vão trabalhar em seis dossiers diferentes". Terão sido gastos, em estudos, cerca de 70 milhões de euros.
Parece que hoje, quinta-feira, o Governo da República dará novidades aos portugueses sobre o novo Aeroporto de Lisboa. Parece que é desta que há uma solução concreta, mas já percebemos que não é. Não é ainda como não foi com outros governos. O ministro Pedro Santos, entrevistado pela RTP, e um pouco como o "desmancha prazeres" do Governo. O primeiro-ministro quer "voar" e o ministro "corta-lhe" as asas. O ministro da TAP que umas vezes vem para o Estado e que outras vezes privatiza, da ferrovia que fica pronta lá para 2030 e que permitirá, faseadamente, muito faseadamente, fazer Porto-Lisboa em 1h15m (como o Público já anunciava em capa há 24 anos, edição "descoberta" oportunamente pelo meu amigo jornalista de Coimbra Mário Martins), foi à televisão dizer que o Aeroporto de Lisboa vai andar apenas depois de umas comissões e de uns coordenadores de equipas que por sua vez são subdivididas, um expediente que os governos da modernidade encontraram para "empapelar" ou "engonhar" o pessoal sempre com o mesmo resultado de uma sociedade adormecida pela sua própria indiferença: ouve, assiste e cala. Não há espírito crítico relativamente a tudo, entregamos o nosso "destino" à partidocracia e a partidocracia traça do destino da "clientela política". Depois, queixamo-nos muito, muito mesmo. De longe.
Como referência para este escrito, que poderia adaptar-se a qualquer assunto de qualquer governo ou câmara, a uma qualquer comissão com vários coordenadores e vários assistentes, também na Região temos várias situações do género que partem de uma data certa para uma certa data algures nos tempos mais próximos ou distantes, temos a entrevista de Pedro Nuno Santos a explicar os próximos longos passos do Aeroporto, como refere um texto da RR:
"A comissão técnica, segundo o ministro, vai ser liderada por um coordenador geral escolhido pelo primeiro-ministro, António Costa, mas sob a indicação do presidente do Conselho Superior de Obras Públicas, do presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e do presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento sustentável.
"Estas três personalidades vão sugerir um coordenador geral que depois vai constituir seis equipas que vão trabalhar em seis dossiers diferentes". Terão sido gastos, em estudos, cerca de 70 milhões. O dinheiro não é problema, diz o ministro: "Dadas as condições necessárias para que a comissão técnica faça bem o seu trabalho".
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