"Para haver recuperação efetiva numa região com as características da minha, é necessário igualmente atender ao setor dos transportes, que é absolutamente crítico"
O presidente do Governo Regional recordou hoje a dependência muito elevada da Região relativamente ao setor do Turismo (representa 26% do PIB e tem um grande impacto no emprego - direta e indiretamente), sublinhando que este foi afetado de forma extrema no contexto da presente crise pandémica.
Esta posição foi assumida, a partir da Quinta Vigia, através de vídeo conferência, no âmbito da reunião do Bureau Politico da CRPM, Conferência da Regiões Periféricas e Marítimas da União Europeia, do qual é membro eleito.
Para ilustrar a amplitude das dificuldades enfrentadas, disse estar "estimada na RAM uma quebra do PIB superior a 20% em 2020 (face a uma quebra de cerca de 7,5% a nível nacional), confirmando os alertas que o Governo Regional fez desde o primeiro momento", revela uma nota do gabinete de comunicação da presidência.
Na reunião, Miguel Albuquerque assumiu que "se o crescimento e o emprego estão entre as preocupações centrais dos Planos de Recuperação, então será devida uma especial atenção às regiões mais dependentes dos setores mais afetados pela crise como o turismo, em particular as mais vulneráveis", entre as quais se encontra a Região.
"É preciso assinalar também que, para haver recuperação efetiva numa região com as características da minha, é necessário igualmente atender ao setor dos transportes, que é absolutamente crítico. É preciso investir no aumento da segurança e da confiança na deslocação", preconizou.
Isto porque, "para além da dependência óbvia no caso do turismo, questões básicas como o abastecimento de bens essenciais, designadamente alimentares e medicamentos, ou o acesso equitativo aos cuidados de saúde dependem do desempenho deste setor".
o governante madeirense agradeceu à CRPM a organização do debate, "bem oportuno», nomeadamente à Secretária-Geral Eleni Marianou e ao Vice-Presidente Eugenio Giani, pela possibilidade de partilhar algumas ideias a respeito das expetativas da Região Autónoma da Madeira relativamente ao Plano de Recuperação e Resiliência.
Reiterando o caráter decisivo que o Plano apresenta para a Europa no atual contexto e para a Região a que preside, Miguel Albuquerque lembrou que o cenário enfrentado na Região Autónoma da Madeira, bem como noutras regiões europeias e, particularmente nas Regiões Ultraperiféricas, é muito gravoso.
"Partindo de uma situação de vulnerabilidade acrescida em função de constrangimentos como a distância, o isolamento, a pequena dimensão de mercado e das suas empresas, a Região Autónoma da Madeira tem sofrido de forma desproporcionada os efeitos da crise pandémica da COVID-19", enalteceu.
Os impactos, afirmou, são muito significativos a nível económico, financeiro e social.
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