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  • Foto do escritorHenrique Correia

Albuquerque ameaçou com o que já foi ameaçado: expulsão


"O fetiche bolchevique de punir o direito de opinião e a situação de perseguição pessoal e política que hoje se vive dentro do PSD-M não é aceitável num partido e num regime democrático”, disse Albuquerque, falando de Jardim em 2014.




As declarações de Miguel Albuquerque no Conselho Regional do PSD-Madeira, ameaçando expulsar quem fizer confusão, com o devido "amaciador" quando este domingo foi ao Porto Moniz e disse que quem não quiser participar tem a porta aberta para sair, um pouco diferente do conteúdo da palavra expulsão, fizeram muitos recuar no tempo em que Jardim também queria expulsar Albuquerque e os seus seguidores. Jardim parecia não querer sair, Albuquerque parecia nunca mais ter oportunidades de chegar lá. Estávamos em 2012, há dez anos portanto, Jardim tinha 69 anos, Albuquerque 51. Era agora ou podia ser nunca.

O PSD estava em plena convulsão interna, Jardim sempre disse que o PSD só partia por dentro, como de resto diz hoje Miguel Albuquerque. O atual lider social democrata, que tal como Jardim fez sábado um aviso a quem se atrever contestar, disse na altura referindo-se ao líder de então, Jardim: “O fetiche bolchevique de punir o direito de opinião e a situação de perseguição pessoal e política que hoje se vive dentro do PSD-M não é aceitável num partido e num regime democrático”, reagiu Miguel Albuquerque.

O lider PSD/Madeira de então, Alberto João Jardim, ameaçou demitir--se da presidência do Governo Regional da Madeira e provocar eleições antecipadas caso perca a liderança do partido, nas directas de 2 de Novembro, para Miguel Albuquerque. Alberto João Jardim disse ainda que os derrotados arriscam a expulsão do partido, como na altura noticiava o Público.

"Tem de ficar muito claro que se os derrotados continuarem depois a tentar rebentar o PSD por dentro, devem ser afastados nos termos estatutários", escreveu Jardim no ‘Jornal da Madeira’, onde apelou aos militantes a "derrotarem a tentativa de uns oportunistas destruírem o PSD/Madeira".

Albuquerque, então autarca do Funchal, reagiu e falou em intimidação e sintomas de nervosismo. "Há um conjunto de tentativas de intimidação que a mim não me afectam nada porque essas intimidações resultam é com criancinhas, agora comigo não", afirmou Miguel Albuquerque.

A ameaça ficou no ar, como agora, mas a 2 de novembro de 2012, nas eleições internas, Alberto João Jardim venceu Miguel Albuquerque por menos de 100 votos. Houve muitas dúvidas com essa contagem, mas nada se provou de anormal. Foi mais tarde, em 2014, que Albuquerque ganha a liderança suplantando Cunha e Silva, Manuel António e Sérgio Marques.

Em janeiro de 2014, Miguel Albuquerque reagia, em declarações ao Público, relativamente a um eventual processo disciplinar: “Mais um expediente cobarde utilizado pelo actual líder para fazer batota nas próximas eleições internas. Como, aliás, já aconteceu nas anteriores, em seu benefício...O tempo primitivo da adoração de estátuas já não existe".

O PSD-M acabara de perder sete das 11 câmaras e já tinha expulsado cerca de 40 militantes madeirenses, um deles Humberto Vasconcelos, ex-presidente da Câmara de São Vicente e hoje secretário da Agricultura.

Claro que, entretanto, Jardim e Albuquerque já fizeram as pazes, pelo menos conjunturais, uma vez que, sempre que pode, Jardim faz desabafos relativamente ao processo que conduziu à sua saída da liderança do PSD-Madeira. Mas sem dúvida que é curioso o mesmo expediente uma década depois.


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