Henrique Correia
Albuquerque: "Do Governo Central, recebemos apenas desdém e sobranceria"
"Estamos bem conscientes que os sinais positivos que temos neste momento não são – nem podem ser – comparáveis, com os resultados do sector nos anos anteriores à pandemia".

O presidente do Governo Regional voltou hoje a lançar "farpas" ao Governo da República. Nem meio mês passou sobre o 10 de junho, onde o entendimento parecia um dado adquirido com António Costa, e a Região "volta à carga" lembrando a falta de solidariedade da República. Esta manhã, no Parlamento Madeirense, Miguel Albuquerque lembrou: "Mais uma vez, e como ao longo da história sempre aconteceu, nos momentos mais dramáticos, e quando os Madeirenses e Porto Santenses mais precisavam, não receberam nenhuma solidariedade do Governo Central. Apenas desdém e sobranceria."
O chefe do Executivo falou na intervenção "assertiva" do Governo Regional nas medidas face à pandemia e lembrou que "entre 2020 e 2021 conseguimos apoiar em 164 Milhões de Euros as empresas regionais, somente através de recursos do Orçamento Regional".
E foi "graças à consolidação das nossas contas públicas, ao exemplar percurso de diminuição progressiva da dívida regional e à apresentação de sucessivos superavits Anuais, durante 7 anos (2013 a 2019) e como não pudemos contar com o apoio do Governo Central, que para cúmulo, recusou o aval à Região, contraímos, por iniciativa própria, no mercado internacional, um empréstimo de 458 Milhões de Euros, para fazer face à diminuição abrupta da receita fiscal resultante da paralisação económica, e tendo em vista a crescente necessidade de alocar recursos para a saúde e para os sectores sociais e empresarial".
Albuquerque criticou "alguns diletantes da política regional, que anunciavam em conferências de imprensa que eram contra o uso de máscaras de proteção. Enfim, os habituais tiros no pé, de quem se julga predestinado a grandes voos, mas que nunca levanta do raso chão".
Sobre o turismo, o presidente do Governo disse que "num contexto de dificuldade extrema, com os ciclos pandémicos a afectar os principais mercados emissores, com oscilações permanentes, em cooperação com os hoteleiros e agentes de turismo regionais, o Governo Regional tem trabalhado com afinco e determinação, com resultados positivos.
Este trabalho é reconhecido pelos principais agentes do sector, incluindo a Secretária de Estado do Turismo e o Presidente da APAVT."
E falou na estratégia e nas verbas: "Com reforço substancial das verbas da AP – de 14.854.044 € em 2020 para 16.061.659 € - e com a diversificação, reforço e alargamento das campanhas de promoção e marketing, sobretudo no Reino Unido e no Mercado Nacional, estamos convictos que a recomposição e recuperação da nossa indústria turística irá ocorrer de forma consistente e sem grandes sobressaltos.
Os mercados têm reagido positivamente.
Neste momento temos 30 companhias a operar na Região, 43 aeroportos ligados, 165 mil lugares disponíveis e 949 frequências contratadas, incluindo 17 novas rotas desde Junho de 2020.
Acresce o processo de vacinação em curso, que tem decorrido da melhor forma, incluindo os profissionais de turismo".
O líder do Executivo sublinhou, ainda m, que "estamos bem conscientes que os sinais positivos que temos neste momento não são – nem podem ser – comparáveis, com os resultados do sector nos anos anteriores à pandemia. Mas, a verdade é que estamos preparados para acompanhar e apoiar a progressiva abertura total deste sector, dentro daqueles que são os padrões de segurança e fiabilidade, indispensáveis para uma retoma segura para todos"