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Albuquerque ganha "fôlego", Élvio ganha "força" e Cafôfo perde tudo

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 24 de mar.
  • 4 min de leitura


José Manuel Rodrigues perde um deputado mas vê o poder cair-lhe no colo. Há políticos assim...Falta saber qual a estratégia do JPP para estar otimista quanto à possibilidade, que parece remota, de ainda ser Governo. Vamos aguardar pelo "milagre". Mas o "feito" está feito como segunda força.


Independentemente do resto, a liderança e a máquina do PSD saíram por cima com estes resultados.
Independentemente do resto, a liderança e a máquina do PSD saíram por cima com estes resultados.

Claro que a Madeira continua a ser um caso de estudo na história da Democracia, não por falta de ação democrática ou como se dizia no tempo de Jardim por "défice democrático", mas sim, entre outras razões, por um "superavit de poder", que criou raízes profundas na sociedade madeirense, hoje praticamente "invadida" por um apoio, por um subsídio, por um situacionismo e, há que reconhecê-lo, também por obra que só o PSD fez e continua a fazer, o que também é natural por ter sido o PSD o único a governar. A mobilização do poder foi de novo gigante, ultrapassando claramente a esfera partidária, confundindo-se tantas vezes. Mas os meios e as pessoas à volta de um objetivo, constituíram um facto relevante, independentemente do resto. O PSD venceu e venceu sem dúvidas. Miguel Albuquerque sai legitimado, sai reforçado. Ponto final.

Dito isto, é preciso passarmos a uma segunda grande razão para estes resultados de quase maioria absoluta do PSD. A generalidade da oposição revelou uma enorme fragilidade, falta de maturidade nas negociações, avanços e recuos constantes, sem saber muito bem o que fazer. E um grande responsável que é o PS, responsabilidade que advinha do facto de ser o segundo partido mais votado, como sempre, mas que agora perde essa condição para o JPP. e de uma forma estrondosa. O PS bateu no fundo. Mem conseguiu manter os níveis, que já eram baixos. E devia tirar ilações já. Paulo Cafôfo ficou sem quaisquer condições para continuar à frente do PS-M, embora tenha sido legitimado recentemente. É verdade que estamos com eleições legislativas nacionais em maio e autárquicas mais para a frente, mas mesmo assim não é positivo que um líder fragilizado possa ter confiança para dar ânimo a uma boa prestação dos candidatos socialista. Um líder derrotado, como Cafôfo foi, terá dificuldade para apresentar uma onda de vitória seja onde for. Mesmo que estejamos conscientes de uma realidade em que o PSD ganharia fosse quem fosse o candidato do PS, embora pudese fazer a sua parte cono o JPP fez a sua e, nesse caso, estaria em condições de contribuir para uma alternativa.

O JPP não foi surpresa. Era esperado este resultado. Foi claramente o mais incisivo partido da oposição, teve a recompensa disso. E ao contrário do PS, conseguiu manter a vitória no concelho onde é líder autárquico, o que não é de menor importância. Foi o melhor a fazer o escrutínio, a questionar temas quentes e importantes. Pode parecer que não tem quadros, podem dizer que e um projeto meio familiar, mas o JPP, na verdade, fez oposição direta e foi o único a fazê-lo daquela forma, sem estar com um pé num lado e um pé no outro. Só não se percebe é aquele otimismo numa alternativa de governo, sobretudo quando precisa de unir toda a oposição para ter 24 deputados. Seria histórico se isso acontecesse, mas na verdade é muito difícil atendendo a que o PSD foi um claro vencedor e precisa apenas de um deputado, o mais lógico é encontrar entendimento com o deputado do CDS José Manuel Rodrigues. Mas em política nunca se sabe.

Por falar em José Manuel Rodrigues, há coisas curiosas. É um homem com os astros alinhados. Pode ter mais influência agora, perdendo um deputado, relativamente ao peso que não teve na anterior Legislatura interrompida quando elegeu dois. E sendo presidente da Assembleia fruto de negociações com o PSD-M, pode muito bem acontecer uma terceira vez. Se Albuquerque cedeu o principal cargo da Autonomia sem com isso ter maioria absoluta, agora que falta um deputado e esse deputado é José Manuel Rodrigues, não deve ser problema de justificar perante os que achavam, e ainda acham, que o PSD deveria ter a presidência da Assembleia. E sobretudo com a ameaça, pouco provável mas ainda assim ameaça, de haver uma hipótese de oposição toda junta, da direita à esquerda. E para isso, o PS e o CHEGA teriam de alterar posições relativamente a linhas vermelhas, um para o outro.

Na verdade, o povo votou pela estabilidade. E até Marcelo, conhecido por falar muito, já diz que o povo votou numa maioria absoluta PSD/CDS. É verdade, mas o Chefe de Estado devia ter sentido de Estado e esperar que os partidos se entendessem sem haver pressão presidencial. Na realidade, confirma-se: Marcelo fala muito.

Para memória futura, fica, em síntese: uma grande vitória do PSD e de Miguel Albuquerque. Todos os problemas valeram zero. O povo foi soberano. Decidiu e assume. Cafôfo ficou sem condições. Desde 2919, foi sempre em queda. Élvio Sousa, pelo contrário, ficou com condições. O CHEGA perdeu, como se esperava. A Iniciativa Liberal conseguiu manter. E José Manuel Rodrigues vê o poder cair-lhe no colo. Há políticos assim...




 
 
 

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