"Eu antigamente dizia que seria o último mandato, agora é melhor não dizer nada. Sempre que se diz isso fora do tempo há sempre confusões dentro do partido".
A entrevista de Miguel Albuquerque ao Diário, na edição de hoje, Dia da Região, não teve grandes rasgos, na globalidade, mas deixou algumas indicações sobre o presente do PSD-Madeira em ano de eleições, confirma a dificuldade de feitura das listas da coligação com o CDS e transmite alguma preocupação retalivamente ao pós PSD "miguelista" ou "albuquerquista", conforme der mais jeito.
No meio de dissertações normais de âmbito políticos, do contencioso com Lisboa, do PS Madeira centralista e sem liderança, Miguel Albuquerque faz uma revelação sobre o seu futuro e uma reafirmação sobre o tempo das listas da coligação às regionais, além de defender a extinção do Tribunal Constitucional.
Sobre o fututo depois de 2027, Albuquerque diz: "Eu antigamente dizia que seria o último mandato, agora é melhor não dizer nada. Sempre que se diz isso fora do tempo há sempre confusões dentro do partido. É normal que dentro dos partidos haja pessoas com ambições".
Efetivamente, Albuquerque sabe o que se desenha internamente sobre o futuro, uma espécie de "entourage" que se posiciona entre um PSD da máquina e um outro PSD próximo da figura que neste momento é mais consensual, Pedro Calado, que assim segue um pouco o figurino da anterior passagem de testemunho, então tumultuosa, quando Jardim deu lugar a Albuquerque, também este na altura presidente da Câmara do Funchal, que assim parece ser o cargo que antecede a Quinta Vigia.
O atual líder do PSD-M sabe da envolvência e já não diz que 2027 será o ano da saída para não se "eternizar" no poder. Sabe sobretudo que vai criar confusão mudar a liderança e como não está há muito tempo no poder até lhe tem margem para adiar uma saída. Claro que não vai dizer de véspera, é uma força de expressão, mas pretende deixar a mensagem que não vale a pena andarem em "bicos de pés" porque podem cair de cansaço. Um conselho talvez não para putativos candidatos, mas mais para os seus seguidores "convenientes".
Mas Jardim preparou a saída e falou tempo antes. Albuquerque respondeu: "Pois, mas eu não vou fazer assim. Quando tiver de sair, digo de véspera e vou embora".
Mas Albuquerque tem outra declaração, já conhecida, mas que reforça o que se desenha na sua cabeça, ou seja uma consciência que a lista da coligação vai dar problemas. "Não vou anunciar a lista antes do Chão da Lagoa. O que vamos fazer é anunciar o mais tarde possível para se houver algum problema também não se prolongar por muito tempo"
A preocupação é natural e os problemas vão surgir no PSD. Por causa do PSD e por causa do CDS. e Albuquerque sabe disso, não quer falar claramente disso, mas o que diz só quer dizer isso. Daí, quanto mais tarde houver "revolta" nos potenciais elegíveis que nem vão nem ficam, tanto melhor.
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