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Foto do escritorHenrique Correia

Albuquerque "o resistente" só vai negociar o que quer



Se a oposição consistente não muda e se a oposição inconstante é quem vai negociar com protagonismo de coisa séria, então estamos conversados nem que tenhamos eleições de seis em seis meses.



Se algum partido que se sentou à mesa das negociações reclama vitória é só para não perder a face, no fundo para não dizer que se sentou para negociar e saiu pior do que entrou com pequenas conquistas, nada de fundo para efeito junto dos madeirenses, apenas pequenas cedências e aqueles que parecem grandes só são grandes na intenção e no nome. Mais comissão, menos comissão, sabendo-se como se desenvolvem as comissões, mais atum, menos atum, ainda por cima quando o Governo até estava a mexer no assunto, são "diversões" para distrair do essencial. As comissões e as auditorias valem o que valem e tantas vezes ao sabor de quem paga.

Está a acontecer ao CHEGA o que aconteceu ao PAN: de "peito cheio" na campanha a reivindicar e abrindo a boca com o discurso feito, as Ginjas não pode ser, o teleférico também não, mas em cima da mesa é diferente, as Ginjas passam, o teleférico já tem contrato, e já se fala em dezenas de medidas do programa eleitoral do PAN no programa do Governo, não tarda nada até podia ser uma fusão. Pelo crescendo de viabilização, não seria estranho. Nem parece quem retirou apoio a este mesmo governo há uns meses.

Mas neste quadro, são várias as "fontes" que apontam um cenário em que Miguel Albuquerque só cede no que quer, no que vê que não vai dar em nada e que lhe permite avançar com as propostas do PSD. Miguel Albuquerque é um resistente político, explosivo como Jardim, mas dando menos nas vistas, só quem com ele trabalhou ou trabalha de perto é que sabe o "furacão das segundas feiras". Jardim era igual, mas era mais vezes igual fora.

Mas para o exterior, Albuquerque contém-se mais, vai uma ou outra vez que passa o risco mas rapidamente volta ao formato que "vende". Não é fácil negociar com Albuquerque e não é fácil derruba-lo, tem mais resistência do que "pachorra", um termo familiar aos madeirenses, e é por aí, entre um e outro estado de alma que vai definindo estratégias com alguns "cavaleiros", como diz Jardim, mais fiéis do que competentes. Por isso, dificilmente foge deste registo. E só dá ao CHEGA o suficiente para o CHEGA pensar que é importante.

Mas perante este cenário, há um responsável direto que nunca deveria ter deixado o protagonismo de oposição para o CHEGA, como está a acontecer: O PS. De facto, não conseguindo uma proposta de governo alternativa, numa ação também muito mal pensada, não restava outro caminho ao PS que não fosse assumir o seu lugar de liderança da oposição, com poder de decisão, permitindo ao Governo minoritário ter os instrumentos de governação, o Programa e o Orçamento, mas depois exercendo o seu papel, apresentando algumas suas medidas, um pouco à semelhança do que aconteceu com o PS na República, onde Pedro Nuno Santos deixou-se ficar no seu lugar, nem lhe interessava governar agora, mas sempre que pode "morde os calcanhares" de Montenegro e não permite que a liderança da oposição seja, por inteiro, entregue ao CHEGA.

Paulo Cafôfo deve ser mais estratega, tentar unir o partido, mesmo que enfrente a crítica dos eternos contras socialistas, também eles responsáveis pelo facto do PS não descolar para patamares de confiança do eleitorado que lhe permita governar. Cafôfo é o líder atual, mas o PS deve debater o seu problema crónico que o impede de crescer e que permite ao PSD dar-se ao luxo de ganhar até nas nas crises. O PS deve interrogar-se seriamente sobre isso.

Para enfrentar um resistente, só um resiliente estratega, com uma tranquilidade de afirmação, esperando o momento certo para "atacar", mas sem precipitações que, por vezes, a "sede de ir ao pote" estraga quase para a vida (política).

Se a oposição consistente não muda e se a oposição inconstante é quem vai negociar com protagonismo de coisa séria, então estamos conversados nem que tenhamos eleições de seis em seis meses.

Mas os processos que andam ao sabor do vento têm fortes possibilidades de resultar em "tempestade". Vamos ver.




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