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Foto do escritorHenrique Correia

Albuquerque "perde a cabeça" com críticos: "...para o raio que os parta..."



Intervenção acalorada no Conselho Regional reflete clima de tensão do líder face ao momento mais difícil da sua carreira política.



Percebe-se que o líder do PSD Madeira esteja em contexto de tensão sem precedentes e que tenha como entendimento convicto de que deve governar enquanto presidente do partido que efetivamente ganhou as eleições. Percebe-se que esteja a enfrentar um dos momentos mais difíceis da sua carreira política, o que desde logo o coloca nas plataformas principais de comunicação, sendo por isso necessário ter um estofo suficientemente forte para este embate político partidário.

O que não se percebe, porque os líderes devem estar acima do patamar da dialética baixa, é que no recente Conselho Regional tenha utilizado, e feito gala disso no Facebook, uma expressão "raio que os parta" quando se referia a quem nunca ganhou nem uma eleição de condomínio, que tinha utilizado na campanha interna para se referir ao seu opositor Manuel António Correia. E agora, de novo para o mesmo destinatário. Mas não ficou bem fazer esta alusão a um adversário interno, que supostamente não é inimigo, além de que Albuquerque ganhou as eleições mas perdeu quase metade dos militantes que votaram em Manuel António. O PSD não é de Miguel Albuquerque, Albuquerque é o líder legítimo, mas na prática é menos do que era antes, e ao fazer estas observações está a destratar um grande número de militantes, o seu adversário conjuntural. Não ficou bem. Não é assim que vai unir o partido, não é assim que vai conseguir estabilidade. Ganhou, deve governar, mas deve criar condições sem ser por imposição de força, tal como não pode ser retirado à força. Ganhou o partido e as eleições regionais, mas não venceu tudo e no caso das Regionais a maioria nem votou Albuquerque. Não pode esquecer isso por muito irritado que esteja com a realidade política a que o PSD não estava habituado.

Vejamos o que Miguel Albuquerque disse, por num discurso com algumas frases que, por vezes, começam no singular e acabam no plural. Para baralhar eventuais leituras sobre destinatário (s):


"Gosto muito de ouvir falar, faz lembrar aquela mania muito portuguesa, há um tipo que nunca abre a boca, está sempre em silêncio e toda a gente diz que é inteligente e quando ele vai fazer alguma coisa é um desastre. Aqui é a mesma coisa, há uns tipos que são muito bons, o tipo é espectacular, é a salvação da Madeira, mas nunca ganhou sequer uma eleição no condomínio. Vá lá para o raio que os parta. Andam a gozar com os militantes do PSD. Andam uns senhores aí, em cada esquina, à espera que a gente caia, mas vão ter que esperar bastante tempo que a gente não vai cair enquanto eu estiver aqui à frente".


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