top of page

Albuquerque "pisca o olho" e Rodrigues reage: "Olhe que não, olhe que não..."

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 17 de mai. de 2024
  • 2 min de leitura

Embaraço de José Manuel Rodrigues quando Élvio Sousa, no seu estilo de ironia corrosiva, fez uma alusão para explicar o apoio do CDS ao PSD: Judas vendeu--se por trinta dinheiros.




O debate televisivo com os cinco candidatos que têm grupo parlamentar na Assembleia Regional foi civilizado, demasiado calmo para o que está em jogo, deu até para algumas ironias de Élvio Sousa e José Manuel Rodrigues, ambos com alvo em Miguel Albuquerque, de Paulo Cafôfo para José Manuel Rodrigues, mas deu sobretudo para perceber algumas realidades que serão postas à votação no dia 26 de maio.

Para já, o líder do CDS não consegue esconder o incómodo de fazer oposição ao Governo, do qual ainda faz parte, e em simultâneo ser presidente da Assembleia onde o seu partido é parceiro no Executivo Regional, ainda que esteja em gestão. Um incómodo que se viu, em vários momentos, apesar de se reconhecer em José Manuel Rodrigues uma natural eficácia de discurso e clarividência na explicação das medidas, mesmo que aquela de antecipar a idade da reforma para a Madeira, como lembrou Cafôfo, envolva alguma "demagogia" por ser matéria do Governo da República. Tentou descolar do PSD, confirmou que algumas intervenções enquanto presidente da Assembleia visaram alertar o Governo para situações que não estavam bem, salvaguardar a posição do CDS ao dizer que a área do governante centrista Rui Barreto cresceu. O social é que ficou pelo caminho. Mas quando Albuquerque interpretou as críticas com um "isso é agora", ou seja é um faz de conta do CDS em campanha, depois das eleições é outra coisa e pode até ser de novo parceiro, José Manuel Rodrigues respondeu: "Olhe que não, olhe que não", rebuscando a célebre reação de Álvaro Cunhal num debate com Mário Soares, a 6 de novembro de 1975, em pleno PREC (Processo Revolucionário em Curso).

Novo embaraço de José Manuel Rodrigues quando Élvio Sousa, no seu estilo de ironia corrosiva, fez uma alusão para explicar o apoio do CDS ao PSD: Judas vendeu--se por trinta dinheiros (concordou em entregar Jesus em troca de trinta moedas de prata, depois devolveu arrependido). Tudo para dizer que Rodrigues, que era o "fiel da balança" no Parlamento, podia ter votado a favor de algumas propostas da oposição, que agora vem defender.

Miguel Albuquerque e Paulo Cafôfo estiveram equivalentes nas respetivas teses argumentativas. Todos apostam na descida de impostos, a diferença está na "dose" dessa descida, sendo que Cafôfo desce a toda a escala e diz que já fez contas. Albuquerque apostou no que fez, Cafôfo insistiu na tese que votar CDS, CHEGA e IL é votar Albuquerque. O cabeça-de-lista social democrata evitou agitar as hostes para o CDS e CHEGA.

Quem sentiu muitas dificuldades, por não ser André Ventura, foi o líder do CHEGA Madeira. A matriz do partido está definida a nível nacional, mas tanto a tónica como os cartazes estão muito interligados ao líder. Miguel Castro fez o que foi possível no debate, foi pelas generalidades e deixou a porta aberta a entendimentos com partidos que tenham boas propostas para as pessoas. Não conseguiu descolar e a sua prestação andou pelos mínimos. É preciso fazer mais para manter os quatro deputados, o efeito protesto pode exigir, agora, outras responsabilidades aos protagonistas.

 
 
 

Commentaires

Noté 0 étoile sur 5.
Pas encore de note

Ajouter une note
Madeira ponto logo.png
© Designed by Teresa Correia
bottom of page