Albuquerque quer eleições rápidas mas antes de Marcelo entra o Representante
- Henrique Correia
- 9 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
E se o povo povo castigar Albuquerque e não a oposição? Albuquerque responde: "Posso ser eu o castigado, mas pelo menos não tenho medo de me submeter a eleições".

O presidente do Governo inaugurou hoje um posto de combustível no Caniço.
Miguel Albuquerque está com pressa para ir a votos. Tem a convicção que volta a ganhar as eleições e tem uma esperança na maioria absoluta. Podem acusar o líder do Governo e do PSD-M de muita coisa, mas nunca de falta de autoconfiança. Mas tanto quer ir depressa que o Presidente da República já alertou para "não se pôr o carro à frente dos bois".
O chumbo do Orçamento fez Albuquerque partir para o "ataque". Já que reprovaram o Orçamento e preparam-se para aprovar a moção de censura, então é melhor ir logo para eleições. O presidente quer que Marcelo marque quanto antes a ida a votos, mas o Chefe de Estado veio esclarecer que isto de eleições não é só marcar, como Albuquerque sabe muito bem. Primeiro, é preciso ver o resultado da moção de censura apresentada pelo CHEGA e que será votada a 17 de dezembro. Se o Governo cair, ainda há um caminho a percorrer até chegar a Marcelo Rebelo de Sousa e só depois se saber da necessidade de marcar ou não eleições legislativas regionais, que a acontecerem serão as segundas deste ano e as terceiras num ano e pouco.
Se a moção for aprovada, o Governo cao, entra imediatamente em gestão e segue-se um processo de audição dos partidos por parte do Representante da República na Madeira. Ireneu Barreto vai avaliar se o partido do Governo apresenta uma nova solução governativa estável, com ou sem Albuquerque, será uma decisão do PSD, e se isso não acontecer passa a uma avaliação sobre a alternativa governativa a apresentar pela oposição. Se esta chegar ao Palácio de São Lourenço com uma solução de 24 deputados, o que significaria maior representatividade por comparação com o PSD, mesmo com o CDS (21 deputados), poderá acontecer que o futuro da governação poderia passar por uma espécie de Geringonça.
Mas existe outra possibilidade: ninguém apresenta uma solução viável e estável do ponto de vista do apoio parlamentar. E aqui, aqui sim, entre uma comunicação a Marcelo no sentido da existência de um impasse, o que naturalmente obriga o Presidente da República a dissolver a Assembleia e a marcar novas eleições regionais para o início de 2025.
Em declarações hoje avançadas à margem da inauguração de um posto de combustível, o presidente do Governo defende eleições, recusa ir a votos internamente e volta a afirmar que o povo deve ser esclarecido sobre as irresponsabilidades da oposição. E se o povo castigar Albuquerque e não a oposição? Albuquerque responde: "Posso ser eu o castigado, mas pelo menos não tenho medo de me submeter a eleições".
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