Henrique Correia
Albuquerque quer "encostar a oposição às cordas" nas eleições regionais
Líder social democrata madeirense aproveita "tiro no pé" do Governo PS sobre o contingente da Madeira no Ensino Superior para acelerar o desejo de vitória "contundente".

Não foi exatamente nestes termos de ringue de boxe mas foi quase a mesma coisa para percebermos melhor. Miguel Albuquerque, já aqui tínhamos escrito, está eufórico com as sondagens e vai "esticar a corda" para ir à maioria absoluta nas Regionais deste ano. Seria como dois em um: mostra ao CDS o peso do PSD e deixa a oposição, sobretudo o PS, "encostado às cordas" e com o futuro problemático se esse for o cenário.
Esta noite de terça, na Comissão Política do PSD-Madeira, o líder social democrata mostrou ao que vinha e ao que ia com "o objetivo de vencer as próximas Eleições Regionais de forma contundente, de modo a garantir, através dessa vitória, a manutenção do desenvolvimento, do progresso e da estabilidade de que a Região tem sido palco, objetivo esse que determina a necessidade do Partido manter-se coeso, mobilizado e empenhado em cumprir, com humildade e proximidade, todos os compromissos assumidos com os Madeirenses e Porto-Santenses".
Mas a reunião deste órgão social democrata surge num momento em que o Governo do PS deu um "tiro no pé" com o corte de contingente da Madeira no Ensino Superior, o que se traduz num problema para o PS Madeira tendo em vista o ano eleitoral. E por isso, ponto para o PSD e para Albuquerque. Foi aproveitar, e bem: "O PSD/M repudia ataques do Governo da República ao Ensino Superior e aos Estudantes Madeirenses e reitera objetivo de vencer as Regionais “de forma contundente”.
"Manifestando a sua preocupação face à crescente instabilidade política e aos graves episódios que têm marcado o funcionamento do Governo liderado pelo Primeiro-Ministro António Costa e exigindo que o Governo da República assuma, de uma vez por todas, as responsabilidades de governação para as quais foi eleito, a Comissão Política do PSD/Madeira, reunida hoje, repudiou os graves ataques que este Governo tem vindo a manifestar contra os Estudantes da Região e fez questão de alertar para a necessidade desta crise interna não servir de desculpa para “boicotar e atrasar, mais uma vez, as respostas que precisam de ser dadas, com urgência, aos Madeirenses”, refere uma nota publicada pelo PSD-M nas suas plataformas digitais.
A este propósito do Ensino Superior, o secretário-geral José Prada, a quem coube a leitura das conclusões, disse que este posicionamento reflete "uma postura do PS que tem sido irresponsável, negligente e altamente penalizadora para a Madeira”, contando com a conivência e a subjugação dos deputados socialistas eleitos pela Região ao parlamento nacional.
A este propósito, a Comissão Política condenou o facto do PS ter votado, mais uma vez, contra a majoração do financiamento do Estado à Universidade da Madeira, depois de ter aprovado, de forma discriminatória, o reforço dos apoios à Universidade dos Açores".
Segundo a mesma nota "os Social-democratas repudiaram o chumbo do PS à proposta de alteração apresentada pelo PSD/M – e aprovada na ALRAM – ao Estatuto do Estudante-Atleta, uma iniciativa que pretendia alargar os direitos dos atletas-estudantes das Regiões Autónomas e, também, a intenção do Governo da República reduzir o contingente de acesso dos estudantes da Região ao Ensino Superior, em cerca de 50%, penalizando gravemente os alunos Madeirenses.