Albuquerque afirma que não há tempo para eleições internas e garante que o partido não vai tomar essa decisão. "Os partidos não são a casa da Amelinha", disse o líder na RTP-M. Manuel António já reagiu.

O líder do PSD Madeira e presidente do Governo de gestão reafirmou hoje, em entrevista à RTP Madeira, que "seria suicida a realização de um congresso no PSD", considerando que "neste momento não tem gente à altura para essa transição dentro do partido".
Albuquerque admite uma saída com "responsabilidade" e diz que se fosse esse o caso já teria saído. "Se tivesse a certeza que a Madeira e o partido ficavam em boas mãos, seria o primeiro a fazer a transição. Também no PSD, para pessoas habilitadas a governar. Mas o partido tem de ser inteligente, não deve suicidar-se com guerras internas para satisfazer egos".
Manuel António já fez uma curta reação dizendo que depois de assistir à entrevista na RTP-M, a qual ofende todos os militantes, tenho a certeza de que a mente do ainda presidente do partido está tão fechada à realidade quanto a sede do PSD está fechada aos militantes".
Na entrevista, Albuquerque disse querer dizer ao povo que recusa entregar o poder a uma qualquer solução. "Não estou agarrado ao poder, já estive muitos anos no poder. Mas sempre fui eleito pela vontade do povo".
Para o presidente social democrata "a situação é de uma soberba do poder, da JPP do PS e agora do CHEGA, que aprovaram uma moção de censura sem que se alterassem as circunstâncias políticas. E vai prejudicar a Madeira num contexto positivo dos indicadores".
"O problema da Madeira não é o Miguel Albuquerque. O problema é um conjunto de políticos, alguns fazendo política de terra queimada sem nunca terem sido eleitos pelo povo. E em democracia, quem governa é quem tem o voto popular. E esses políticos fazem um discurso incendiário, populista, com o objetivo de provocar o caos e a instabilidade".
Quando o jornalista Gil Rosa "apertou" com Albuquerque no sentido de admitir que um governo com cinco arguidos, incluindo o próprio Albuquerque, fica fragilizado, o presidente do Governo de gestão responde que já explicou a condição de arguido, que não significa culpado. Falou, de novo, nas denúncias anónimas como "instrumento político" e lembra que os eleitores deram o voto ao seu Governo nas eleições de maio, há seis meses.
Relativamente a movimentações no PSD-Madeira para a recolha de assinaturas tendo em vista a realização de um Congresso Extraordinário Eletivo, Miguel Albuquerque diz que em Março foi sensível às movimentações e ganhou. Argumenta com os estatutos para dizer que os mesmos prevêem congressos eletivos de dois em dois anos, precisamente para dar estabilidade às lideranças. Os partidos não são a casa da Amelinha. Ganhei as internas de março e tenho legitimidade para liderar o partido. O que querem é eleições para criar fracturas internas. Estou disponível para integrar todos, para falar com todos, não estou disponível para ir de novoxa votos".
Albuquerque garante que "não há tempo" para eleições internas e assegura que o partido não vai decidir pelas eleições mesmo que apareçam as assinaturas. O processo demora meses. Uma declaração que não deixa de ser associada a uma atitude controladora dos órgãos internos mesmo contrariando os estatutos".
O líder prefere ir pelo caminho do diálogo com os críticos internos, agora já admite a divisão, quase metade do partido segundo os resultados das internas de março, essa parte que no caso é liderada por Manuel António Correia, que já tem em curso uma recolha de assinaturas para forçar um congresso extraordinário. Para Albuquerque, a clarificação está feita, o que manifesta Manuel António não acha.
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