Tudo o que seja perder votos e deputados (tem três) teria desde logo uma leitura política que iria confirmar a sua fragilidade.
Miguel Albuquerque é candidato à liderança do PSD Madeira e não tem perdido nem uma oportunidade para participar na campanha de uma coligação que já não existe como parceria de futuro, mas que é válida, formalmente, para estas eleições legislativas nacionais de 10 de março. Uma espécie de coligação de partido único a fazer de conta que são dois.
O líder do partido já apresentou a candidatura interna a novo mandato e já colocou a máquina a funcionar. Se fosse sozinho estava tudo certo, mas com concorrência o caso muda de figura e é preciso deitar mão dos expedientes todos para aproveitar as oportunidades que uma recandidatura dispõe relativamente a um novo pretendente, no caso Manuel António Correia, que desde logo está em desvantagem perante o líder quando este anda pelas iniciativas de campanha para 10 de março mas a olhar para o que pode acontecer com a quase certeza de eleições legislativas regionais antecipadas. Albuquerque tem andado em campanha ao lado de Pedro Coelho, mas não está ali só para a Assembleia da República, está a marcar presença e a tentar capitalizar votos da população depois de passar o crivo dos militantes, achando porventura que é mais fácil ganhar internamente e, por isso, decidiu começar por estar ativo, fora, na campanha já visando o futuro. Além de que tudo o que seja perder votos e deputados (tem três) teria desde logo uma leitura política que iria confirmar a sua fragilidade.
Claro que Miguel Albuquerque sabe como são estas coisas da política e as cumplicidades de hoje poderão ser as divergências insanáveis de amanhã. Se o exemplo do que aconteceu com Alberto João Jardim não serviu para nada, então é que Albuquerque não tirou nenhuma lição e o tempo de "servico" deu-lhe uma autoconfiança do tamanho do que quiser como seu objetivo. O que em política pode ser um exercício perigoso mesmo para quem caminha para os 50 anos de governo em Democracia.
Mas claro que Albuquerque sabe. Sabe que os votos contam mais do que as palmadinhas nas costas e os beijos e abraços de rua. São bons para um convencimento pessoal que afinal não aconteceu nada, não deve ter acontecido, são bons para o olhar de espelho, mas são maus se os "indefectíveis" dizem uma coisa e fazem outra. Um engano no "espelho meu..."
Albuquerque acredita em si, tem legitimidade para o desempenho das suas funções, em pleno no partido, de gestão no Governo. Mas legitimado. De tal forma que está apostado numa campanha e numa ação política que não o tirem do foco. Como diz, na sua página do Facebook, "a campanha eleitoral continua e nós continuamos também próximos das nossas gentes, como faz parte, aliás, da nossa forma de estar. Estou orgulhoso pela forma como o PSD continua firme nesta missão, mesmo com o processo interno a decorrer. Seguimos juntos para colocar a Madeira Primeiro!"
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