Funcionando como uma consequência política, governativa e partidária, de aviso entre iguais, coloca quem votou Manuel António Correia com a sensação de haver um PSD de Albuquerque e o outro PSD, assim incompatíveis na militância e na unidade.
A decisão da secretária regional do Ambiente de proceder à exoneração de três membros do seu gabinete quando o Governo está prestes a cessar funções por via das eleições legislativas regionais antecipadas de 26 de maio, está a causar um clima de grande tensão no PSD Madeira, e não só nos apoiantes de Manuel António. A atitude de Rafaela Fernandes é interpretada como persecutória e algumas fontes garantem que é um recado público do líder Miguel Albuquerque, através de uma governante marcadamente política e que deu claramente uma mensagem para colocar em "sentido" os militantes no próximo congresso do partido no final de abril.
Até pode ter sido um "recado", pouco inteligente, mas um "recado" como tomada de posição pública para avisar que "quem não está a favor, está contra". Mas se assim foi, assumidamente com estes contornos, significa que a intenção de Miguel Albuquerque não é unir o PSD-M depois da divisão interna das eleições, mas antes deixar a marca de quem manda, o que para muitos pode ser uma "cartada" de alto risco se for vista pelos madeirenses como um saneamento dos adversários de circunstância eleitoral interna, mas extrapolando para uma atitude regional.
A exoneração, precisamente pelos efeitos quase nulos de exercício dos cargos, poderia aguardar por mais dois meses e não renovaria confiança se houver futuro governo PSD. Agora, funcionando como uma consequência política, governativa e partidária, de aviso entre iguais, coloca quem votou Manuel António Correia com a sensação de haver um PSD de Albuquerque e o outro PSD, assim incompatíveis na militância e na unidade quando temos uma campanha à porta. É esta mensagem de prepotência que Albuquerque quer enviar aos militantes, mas fá-lo-á também para os madeirenses? Irá unir o partido assente em exonerar pessoas?
Recorde-se que, dos três exonerados, um deles é o adjunto António Trindade, que apoiou Manuel António Correia nas recentes internas no PSD-M, o outro o motorista Aurélio Mendes, que foi motorista de Susana Prada e que já foi um dos motoristas de Manuel António (outro foi "encostado" há dias pelo secretário da Saúde), bem como a secretária pessoal do gabinete, outro apoiante, o chefe de gabinete, "segurou" o cargo, dizem, pelo peso que tem na mecânica da secretaria e pela competência reconhecida por todos. Mas ainda podem acontecer mais novidades.
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