Hoje, Rodrigues não tem essa "ameaça" de ser um deputado com poder para viabilizar ou para estragar, mas tem um trabalho na Assembleia como nunca aconteceu com qualquer dos seus antecessores.
O presidente do Governo Regional visitou hoje o Jardim de Aves, à Estrada da Lapa (junto à nova ETAR), no Campanário. Um momento para expressar a sua posição sobre as eleições legislativas regionais e deixar algumas indicações sem expressar, objectivamente, essas indicações.
Miguel Albuquerque está com uma posição prudente e politicamente correta sobre as eleições deste ano, sobretudo de duas sondagens que garantem a vitória mas que dão alguns indicadores que tanto pode acontecer a maioria absoluta como pode acontecer a maioria relativa. A prudência é, por isso, a opção mais correta neste momento.
Mas essa exposição pública de alguma cautela, como diz "ainda nada está decidido", referindo-se a deputados, a sua primeira dor de cabeça, como reconhece, sobre José Manuel Rodrigues continuar candidato a presidente da Assembleia, é para ver depois. Tudo porque "primeiro é preciso ganhar as eleições. A ideia que isto está ganho sem contar os votos, é perigosa. Vou para as eleições como se fossem as primeiras.
José Manuel Rodrigues já manifestou a sua disponibilidade para continuar na presidência da Assembleia, mas tem armas diferentes daquelas que tinha há quatro anos quando foi preciso encostar o PSD à parede para negociar a coligação num momento em que o partido que estava a governar a Madeira há quarenta anos via o "chão do poder" a fugir-lhe. Hoje, Rodrigues não tem essa "ameaça" de ser um deputado com poder para viabilizar ou para estragar, mas tem um trabalho na Assembleia como nunca aconteceu com qualquer dos seus antecessores. O Parlamento tem outra visibilidade e intervenção e isso tem peso na mesa das negociações Albuquerque/Rui Barreto para a coligação. É verdade que o principal partido deve ter a presidência da Assembleia Regional, o principal órgão da Autonomia, sendo que fazem sentido as pressões internas, no PSD-M, para que esse "erro" não se repita em 2023. Mas como é que Miguel Albuquerque vai resolver depois de José Manuel Rodrigues ter dado outro poder ao Parlamento, outra imagem, outra disponibilidade para com a sociedade civil? Será certamente um momento difícil até para Albuquerque, conhecido por fazer cair até apoiantes próximos quando decide tomar posições. É esperar para ver.
Convém a Albuquerque manter esta preocupação pela matriz "só se sabe com a contagem dos votos". Sabe que escolher deputados é um problema grande, este ano mais porque conta com os presidentes de Câmara em fim de liderança autárquica por limite de mandato, sobretudo os "pesos pesados" Pedro Coelho, de Câmara de Lobos, e Carlos Teles da Calheta. Com Pedro Coelho a aconselhar, pelo seu trabalho, uma posição de relevo no futuro PSD e até mesmo na governação, é um ativo importante no partido. E tem eleitorado.
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