Anastácio Alves recusa ser visto como um pedófilo. Diz que a atração é por asolescentes de 14, 15, 16 anos. Um depoimento chocante em entrevista à TVI.

O antigo padre Anastácio Alves, madeirense, abalou a Igreja Católica local e a comunidade, em geral, ao ser apontado como responsável por graves crimes de abuso sexual de menores. Uma das vítimas, relata a TVI, é hoje um homem de 34 anos, na altura dos acontecimentos tinha 14. Afirma ter sido violado pelo então padre, diz que recebeu pressões para não apresentar queixa e está arrependido de não o ter feito, teria evitado outras vítimas. Anastácio Alves esteve em fuga assim que se aumentaram as suspeitas e a iminência de ser detido, esteve cinco anos em parte incerta. Entregou-se disposto a enfrentar a justiça e foi condenado a seis anos e seis meses de cadeia.
Esta sexta-feira, concedeu uma entrevista à jornalista Sandra Felgueiras. A Madeira ficou em choque com o caso, ficou sempre. Até hoje.
Anastácio Alves admite culpa e reconhece um dos crimes de abuso, não cinco. Assume impulso sexual por menores mas recusa ser preso seis anos e recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça pedindo pena suspensa. A família que o denunciou nem acredita que isso venha a ser possível. O ex-padre pede "perdão", à vítima, a única que assume como tal, bem como à família que, como diz, deu-me a confiança da amizade e do amor e que eu traí".
O antigo padre refere como verdadeiro o ato ocorrido em agosto de 2016, reconhece ter praticado e causado sofrimento no jovem. Não assume os restantes quatro casos, de que foi acusado totalizando o tempo de prisão. "Não quero ser absolvido, quero é ser responsabilizado apenas pelo que fiz"
Acredita no recurso, se lhe for favorável é a diferença entre seis anos e um ano com pena suspensa. Diz que foi um caso, mas em 2004 fez psicoterapia para tratar dos impulsos sexuais, mas diz que esse recurso foi feito apenas do que detetou, no pensamento, no desejo, e não na sequência de eventuais contactos com adolescentes. Mas uma queixa, em 2005, e outra mais tarde, acabaram arquivadas, deixando muitas dúvidas. "Nunca toquei noutro adolescente", garante.
Anastácio Alves recusa ser visto como um pedófilo. Diz que a atração é por asolescentes de 14, 16 anos, nem crianças nem adultos, num depoimento que não deixa de ser chocante, assim, ouvido de um homem que foi padre e que teve, tal como em casos passados, a proteção da Igreja Madeirense. De resto, a jornalista promete trazer outro programa, na próxima semana, onde Anastácio Alves fala do comportamento da Igreja na Madeira.
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