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As sondagens sondaram pouco: a sensação é uma coisa, a eleição é outra...

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 20 de mar.
  • 2 min de leitura



No caso das regionais de domingo, é prudente não confiar nas sondagens do JM e do Diário, são tão diferentes que traduzem, por si só, uma imprevisibilidade quanto ao figurino do próximo Parlamento.





Imagem Delfos


Por aquilo que já se viu antes e por aquilo que se vê agora relativamente às sondagens públicas sobre as eleições de domingo próximo, as legislativas regionais antecipadas, nem para meros indicadores servem tal a disparidade de números verificada. Coincidem na vitória do PSD, o que até para concluir isso nem seria preciso gastar um dinheirão, que faz falta aos jornais, embora seja dinheiro que vai entrar num suplemento qualquer sem interesse público, como tantos outros que garantem financiamento indireto à comunicação social de "referência" mas sem referências suficientes para a autosuficiência que precisava e que os privados não garantem sem mãozinha pública, e das grandes.

O que para o caso em análise, não impede que as sondagens tenham sido feitas por interesse editorial e com o rigor possível por parte das empresas especializadas, mas que esbarram num meio muito difícil de expressão da vontade e onde parte do eleitorado ainda pensa que uma sua resposta pode levar ao corte da reforma. Mas a democracia é também feita disto, há anos e não é menos por isso, é apenas um indicador real.

No caso das regionais de domingo, é prudente não confiar nas sondagens do JM e do Diário, são tão diferentes que traduzem, por si só, uma imprevisibilidade quanto ao figurino do próximo Parlamento. No caso do estudo do JM, estaria tudo resolvido, o PSD voltava às maiorias absolutas e a oposição podia ir toda de "férias" e por muito tempo. No caso do estudo do Diário, a ingovernabilidade à vista, mas ainda assim com vantagem negocial do PSD com o CHEGA, ficando de fora o CDS pelo facto de a sondagem dar como provável a perda de um deputado, o que reduz a capacidade negocial de José Manuel Rodrigues. Ou seja, o CHEGA com tudo na mão. Partindo do princípio que não será experimentado um outro acordo qualquer que assim à primeira vista possa ser estranho.

Portanto, estamos entre um Parlamento com representação alargada e com um comportamento do eleitorado favorável ao PSD. Do outro, temos um Parlamento a precisar de acordos cirúrgicos com o PSD a ter 21 deputados, os mesmos da aliança PS/JPP. Uma realidade que, a ter correspondência na noite eleitoral, pode prender para um outro quadro qualquer. E a ingovernabilidade será mais certa se o CHEGA mantiver a posição de não negociar com o PSD de Miguel Albuquerque e o PS mantiver a posição de não querer nada com o CHEGA. Fica dificil a solução.

Será, por isso, interessante verificar os resultados de domingo, que ao contrário das sensações do momento, vão dar o quadro da Assembleia para os próximos tempos, sendo que aconteça o que acontecer, o Parlamento não pode ser dissolvido no espaço de ano e meio, pelos prazos e requisitos impostos pela eleição presidencial em janeiro de 2026.

Convém muita prudência. A sensação é uma coisa, a eleição é outra.

 
 
 

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