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  • Foto do escritorHenrique Correia

"As “toupeiras” do PSD infiltradas na oposição podem continuar a rir"


Rodrigo Trancoso, antigo deputado do BE, aponta os "tiros nos pés" do projeto para levar Cafôfo ao poder regional e diz "a Madeira vai seguramente assistir na próxima década à perpetuação do PSD na governação".



Rodrigo Trancoso, à direita na imagem, com o líder que marcou o BE Madeira, Roberto Almada.


Rodrigo Trancoso foi deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia Regional, foi deputado municipal, saiu do BE em rutura com o então líder Paulino Ascensão, regressou à sua atividade profissional, é docente na escola de São Vicente. Fez uma avaliação sobre as recentes eleições autárquicas e a falência do projeto liderado por Paulo Cafôfo, que começou na Câmara do Funchal e que visava a liderança regional de mais de 40 anos de PSD. Falhou esse projeto e, agora, diz mais ou menos que será mais um "passeio" do PSD Madeira pela governação. Não se sabe se por mais 40.

Na sua página do Facebook, Trancoso expõe o projeto, as fragilidades e o resultado das últimas autárquicas, que conduziram a uma conclusão: Em face de tudo, é mais que óbvio que as condições para a criação de um projeto político credível e consistente alternativo ao PSD ruíram pela base. A Madeira vai seguramente assistir na próxima década à perpetuação do PSD na governação regional. O PSD pode e deve naturalmente agradecer estes tiros nos pés e na cabeça dados pelo PS e BE. E as “toupeiras” do PSD infiltradas na oposição podem continuar a rir e a aplaudir o seu trabalho".

Numa longa exposição, Trancoso lembra que "o projeto Mudança, iniciado publicamente a 25 de abril de 2013 com a apresentação pública do cabeça de lista, Paulo Cafôfo, era um primeiro passo para se conseguir, de forma sustentada, gradual e consistente, ir construindo uma plataforma política de entendimento entre alguns dos partidos políticos mais relevantes da oposição, no sentido de a mesma poder futuramente se traduzir num projeto político agregador, consensual, credível e exequível que visasse a retirada do poder da governação regional ao PSD, abrindo as portas do governo regional a uma postura verdadeiramente democrática em detrimento da postura autoritária e musculada que o PSD ostentou desde o início".

Foi "ancorado nesse desígnio", como refere, que assumiu a defesa desses projetos, mas não sem enfrentar, dentro do Bloco, críticas que o apontavam como um infitrado do PS no BE. E hoje, reage aos resultados de 26 de setembro: "É com muita tristeza que verifico, agora, que o desígnio iniciado em 2013 foi, como resultado das eleições de 2021, definitivamente enterrado". Aponta um erro da liderança "bloquista" madeirense, o de atacar Paulo Cafôfo passando o PSD a ser "um alvo político lateral e secundário. As baterias políticas viravam-se agora para Cafôfo e o PS. Portanto como se vê, esta postura, que foi sendo implementada até junho de 2021, naturalmente foi um tiro no pé na concretização do desígnio já referido anteriormente".

Mas Rodrigo Trancoso aponta "tiros nos pés do PS": "Quando Paulo Cafôfo ganha a CMF com maioria absoluta em 2017, passado menos de um ano anuncia que vai ser candidato à presidência do Governo Regional, indicado pelo PS e, atente-se no significado político da expressão, “em coligação com a sociedade civil”. De uma assentada, Cafôfo e o PS, publicamente assumiam que nas eleições regionais não contavam com os parceiros da Mudança e Confiança. Esta posição pública constituiu para mim um grande “balde de água fria".

Trancoso aponta desconsiderações atrás de desconsuderações: "Na lista para a AMF em 2021, o lugar inicialmente atribuído ao BE era o 4º lugar, quando em 2013 foi o 2º e em 2017 o 1º. Acresce dizer que o BE foi o único partido (juntamente com o PS) que esteve sempre integrado no projeto desde 2013. Qual a razão para esta desvalorização na lista para a AMF?(acabou por ficar em 3º); O copo ficou cheio, quando MSG, usando da sua prerrogativa de escolher os elementos da lista para a vereação, optou por não reconduzir a Vereadora Dina Letra, Coordenadora Regional do BE, a qual dentro do BE defendeu politicamente a coligação contra o anterior coordenador e teve a atitude digna e solidária de estar junto de MSG na noite eleitoral no momento da derrota, ao contrário de Paulo Cafofo que esteve inexplicavelmente ausente."

E ainda não ficou por aqui: "Finalmente, parece que a gota de água vai ocorrer agora com a constituição do executivo para a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior. Segundo fontes internas do BE, é intenção do Presidente Guido Gomes não incluir o eleito do BE na sua equipa executiva, ao contrário do que aconteceu nos últimos oito anos. Mais palavras para quê?"

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