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"Até tu, Brutus..."

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia

Atualizado: 11 de dez. de 2024



As vozes críticas internas começam a ouvir-se, nunca antes aconteceu com esta notoriedade.



Miguel Albuquerque corre o risco de ter um desabafo idêntico ao que faz parte da História, ainda que não tão trágico, quando o imperador romano Júlio César foi vítima de uma conspiração de senadores para tirá-lo do cargo e entre eles encontrava-se o seu filho adotivo Marcus Brutus, uma realidade que resultou no assassinato do imperador à punhalada. Foi então que, na hora da morte, Júlio César reconheceu o filho entre o grupo e proferiu a frase. "Até tu, Brutus, meu filho". Ficou célebre e sempre utilizada ao longo dos tempos.

Neste preciso momento, o líder do PSD-M corre riscos de uma convulsão interna, mesmo sabendo-se, e nisso Alberto João Jardim tem razão, que os partidos constroem as suas muralhas para a liderança e é muito difícil alguém entrar. O PSD-M está armadilhado e por isso a máquina não vai permitir uma alteração substancial sem um movimento que possa dissuadir Miguel Albuquerque. Uma espécie de um grupo de "Brutus", obviamente num sentido figurado, que na falta de percepção do líder para o que o rodeia, é capaz de empurrar a situação para contornos de maior contestação. E, diga-se, as vozes críticas internas começam a ouvir-se, nunca antes aconteceu com esta notoriedade, a última das quais, de certo modo inesperada por ser deputado na Assembleia da República, a de Pedro Coelho, que foi presidente da Autarquia de Câmara de Lobos, desde sempre um bastião social democrata. Coelho diz estar com Albuquerque mas discorda do líder quando recusa eleições. Diz que Albuquerque deveria submeter-se ao debate interno. O agora deputado na República disse, na RTP-M, que é importante ficar claro que "somos leais às lideranças, mas também pensamos pelas nossas cabeças", o que na prática significa que não há lealdade ilimitada em contextos que possam arrastar o partido e a Região para um impasse por teimosia dessas lideranças.

Curiosa foi, também, uma transcrição do antigo deputado Carlos Rodrigues, que tem feito intervenções públicas no sentido do futuro do PSD-M, ao ponto de estar a ser acusado de deslealdade, o que o próprio nega sublinhando que é e sempre será do PSD: "Defender o meu partido não faz de mim acéfalo, antes pelo contrário, deixar de pensar, de contribuir, de refletir sobre o que se passa, isso sim, é um atentado e uma traição aos princípios deste nobre partido de Sá Carneiro", escreveu no Facebook.

A transcrição curiosa foi esta: "Woodrow Wilson afirmou que "quem pensa demasiado em ser reeleito, dificilmente, será merecedor dessa reeleição".

 
 

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