Pedro Calado admite um problema e está a preparar um regulamento municipal que visa contribuir para impedir que as pessoas sem-abrigo ocupem, do modo como o fazem, espaços públicos nas ruas do Funchal".
O presidente da Câmara do Funchal veio hoje a público falar claro relativamente ao aumento dos sem abrigo e à existência de um problema real na cidade que configura um sentimentos de i segurança na população. Pedro Calado colocou o "dedo na ferida" e até parece em contraciclo com algumas posições do presidente do Governo e da polícia quando têm referido que se trata apenas de uma sensação de insegurança das pessoas e não um problema efetivo.
Hoje, no final da reunião de Câmara, Calado garantiu que "a autarquia está a ultimar um regulamento municipal que visa contribuir para impedir que as pessoas sem-abrigo ocupem, do modo como o fazem, espaços públicos nas ruas do Funchal".
Sobre a Estratégia Municipal para as Pessoas Sem-Abrigo, o presidente da CMF adiantou ainda, presentemente, "o grande problema não são as carências económicas, mas sim os consumos de drogas, nomeadamente as sintéticas, porque "hoje toda a gente tem apoio social, se quiser, tem sítios para dormir, tomar banho, comer», sendo certo que até há mais apoios sociais às associações e entidades que prestam, depois, apoio, inclusive com distribuição de alimentação às pessoas sem-abrigo.
Neste caso, no aumento de pessoas sem-abrigo devido aos consumos de drogas, que reconhece ter "aumentado muito, quer na Madeira, quer nos Açores»?", o autarca refere que a autarquia já "há muito tempo que colocou o dedo na ferida" e tem alertado para este "problema", bem como para a necessidade de colaboração institucional entre todas as entidades de forma a resolver a situação.
O presidente da CMF relembrou, em tom crítico, as declarações da Secretária de Estado da Administração Interna, em recente visita à Região Autónoma da Madeira, quando referiu que este não era um problema policial: «eu não sei em que realidade é que estas pessoas vivem, mas este é um problema que diz respeito a toda a gente», contrapôs, afirmando ainda que «é preciso controlar a quantidade de drogas que as pessoas têm. Felizmente que a PJ inaugurou e já tem, aqui no Funchal um laboratório de análises destes produtos, o que vai permitir, na teoria, que em menos de 48 horas, se consiga identificar o produto». Isto para permitir a identificação das substâncias, o que antes demorava muito tempo, inclusive «meses», o que retardava e, mesmo, impossibilitava a necessária acção policial.
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