"Quando se mexe com um grupo como o grupo AFA, não se mexe com o Avelino, que vale um voto como outra pessoa. Mexe-se com três mil e tal trabalhadores e suas famílias".
Avelino Farinha fez há pouco declarações surpreendentes sobre inaugurações e sobre as razões das mudanças governativas que conduziram a um retomar da política das obras públicas, coincidentemente com a saída de Sérgio Marques, considerado "anti-obra" e Pedro Calado.
O empresário que hoje está a ser ouvido na Assembleia no âmbito da comissão de inquérito às declarações do antigo secretário sobre favorecimentos de grandes grupos, explica a mudança no Governo com a perceção do presidente Miguel Albuquerque da necessidade de manter o ritmo de obras públicas.
Avelino desvenda até a estratégia definida desde os tempos de Jardim: os dois primeiros anos são para acabar as obras pendentes e fazer projetos, o terceiro ano para lançar obras e o quarto ano a todo o gás e inaugurar. Assim, simples, o que Avelino diz, na versão interpreta política, e uma estratégia que pretende ter correspondência com o calendário eleitoral.
Mas o dono AFA diz mais das razões que eventualmente estariam na génese das mudanças de governantes em função de resultados eleitorais menos bons: quando se mexe com um grupo como o grupo AFA, não se mexe com o Avelino, que vale um voto como outra pessoa. Mexe-se com três mil e tal trabalhadores e suas famílias. Quando não há trabalho, há reações".
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