Rui Barreto não quer perder "uma" para demonstrar que o CDS é de grande utilidade ao Governo, como aliás não se cansa de lembrar amiúde.
O líder do CDS Madeira está a levar muito a sério este ano de eleições legislativas regionais e nada como começar cedo a preparar o contributo para a coligação com o PSD-M, que há muito tempo está acertada, ainda que não formalizada. Por isso, janeiro é um bom mês para colocar a preparação em andamento, é isso que Rui Barreto vai fazer antecipando-se mesmo a Miguel Albuquerque, o líder do parceiro de uma coligação que, dizem, está de "pedra e cal".
Esta terça-feira, os centristas deram a conhecer a apresentação da primeira fase do "esqueleto" do programa, anunciando que "o CDS-PP Madeira dá início aos trabalhos conducentes à elaboração da sua proposta de Programa Eleitoral para as próximas Eleições Regionais, amanhã, dia 11 de janeiro, às 18h00, no Auditório Poente da Reitoria da Universidade da Madeira (Colégio dos Jesuítas). Neste sentido, serão apresentadas amanhã, as linhas mestras do trabalho a realizar, bem como os coordenadores de cada uma das áreas de trabalho, assim como o cronograma para a apresentação do Programa Eleitoral do CDS- PP Madeira, intitulado: PROJETO MADEIRA: Traçar Horizontes".
Visto assim, como está escrito na convocatória, até parece o CDS em "bicos de pés", chegando-se à frente com um programa eleitoral como se fosse sozinho a votos. Mas não é assim, uma vez que, cruzando fontes, chega-se à intenção, apresentada como sendo a real, da liderança de Rui Barreto em preparar atempadamente as suas propostas, as linhas mestras, que serão depois colocadas em cima da mesa, com o PSD, no sentido que possam figurar num programa eleitoral da coligação PSD/CDS, que vai a sufrágio com um programa único. Assim é que é, pelo menos assim nos garantem.
E só assim faz sentido se o CDS não quiser criar um "berbicacho" com o PSD-M ainda antes mesmo do acordo chegar ao papel.
Certamente que amanhã, quarta-feira, quando Rui Barreto falar para explicar este projeto, ficará esclarecido que não será para um programa eleitoral que não irá a votos, uma vez que será escrutinado o projeto de coligação e não de cada partido. Este "MADEIRA: Traçar Horizontes" será o projeto do CDS-Madeira para se "fundir", digamos assim, com o projeto do PSD-M. Assim, para o PSD-M, será falar mais claro para evitar que se coloque o "carro à frente dos bois", como se diz em bom madeirense.
Não há razões, pois, para alarme nas fileiras "laranja". O CDS-M só está a fazer o "trabalho de casa". Chega-se à frente, é verdade, mas já está a trabalhar para o futuro, ninguém pode levar a mal. Rui Barreto não quer perder "uma" para demonstrar que o CDS é de grande utilidade ao Governo, como aliás não se cansa de lembrar amiúde. A seu favor, tem a estabilidade governativa de um governo que não podia governar sem o CDS. Contra si, tem a sensação, no PSD, que havia maioria absoluta, nas próximas regionais, mesmo sem o CDS, ideia que tem sido acompanhada pelas sondagens.
Por isso, todos os cuidados são poucos para o CDS ter em relação ao acordo com o PSD. E neste contexto, pelo sim pelo não, a liderança de Rui Barreto vai dando aquilo a que muitos chamam como "prova de vida".
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