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Foto do escritorHenrique Correia

Barreto e Albuquerque decidiram, está decidido...



As coligações devem ser decididas antes das eleições. Depois, só acordos de incidência parlamentar. O eleitorado, assim, não se sente defraudado. Mas, claro, isto vale o que vale. É como as comissões políticas...




Já se sabia que os partidos correspondem apenas a uma mera formalidade para encaixar nesta democracia partidocrática que trava a participação dos cidadãos num quadro de muito "alimento" das clientelas. Existem porque sim. Existem, têm órgãos constituídos por pessoas bem empregadas, que há muitos anos aceitam participar em reunioes cujas conclusões já estão escritas em documentos que em muitos casos já estão sobre as cadeiras muito antes de começar o suposto debate um faz de conta que faz de conta manter. É assim há muitos anos, mas está cada vez pior. Nem disfarçam.

Quem assistiu à entrevista do líder do CDS Madeira, parceiro de governo do PSD quando este, pela primeira vez perdeu a maioria absoluta, constatou facilmente que isto dos partidos e dos seus órgãos "representativos" está a saque. Rui Barreto anunciou, com grande satisfação um entendimento com Miguel Albuquerque para a próxima eleição para a Assembleia da República, as eleições legislativas nacionais antecipadas de 30 de janeiro. Aquelas eleições em que o PSD elegeu três deputados e o CDS zero. Este acordo de coligação é uma estrondosa vitória do CDS e uma demonstração de receio por parte do PSD. Além do ponto central de discussão, que é um anúncio feito numa entrevista, pelo líder de um dos partidos, o de menor representação, e sem que estas questões se submetam aos órgãos dos partidos. Não é que seja novo, acontecia, julgo, desde sempre, aconteceu também nas autárquicas e vai acontecer nas de 30 de janeiro, mas sempre que acontece é um "golpe" na representatividade dos partidos e um desrespeito pelos órgãos internos, cujos membros, muitos, ficam a saber pelos dois jornais naquela fórmula nova de exercício da atividade jornalístico política. Rui Barreto e Miguel Albuquerque são líderes dos partidos da coligação. E seja em que circunstância for, relativamente a uma decisão importante sobre a coligação, deveriam apresentá-la em conjunto depois de consultadas as respetivas comissões políticas, não implicando neste caso aquelas conclusões prontas de véspera.

Mas a realidade é que este expediente de anúncios avulso é gerador de conflitos internos, precisamente envolvendo quem acha que as bases deveriam contar mais nas decisões e que os órgãos não devem reunir de fachada. E nesta renovação de Albuquerque, há muitos que pensam assim, que pensam, ainda, na importância que as estruturas partidárias têm na governação, local, regional ou nacional, que defendem a audição dos órgãos antes da decisão de um líder, porventura relacionada com o "quero, posso e mando".

Portanto, temos isto: PSD e CDS coligados num acordo pré eleitoral nas próximas eleições de 30 de janeiro. É um modelo diferente daquele verificado nas últimas legislativas regionais, originando a coligação depois das eleições. Por isso, quando Rui Barreto diz que a vontade popular escolheu esta fórmula, não é bem assim. O que disse a vontade popular foi que queria o PSD a goveenar mas não queria uma maioria absoluta. O CDS entra numa coligação que não está sufragada. Mas em política é assim, nada a apontar.

Por estas e por outras, defendo que as coligações devem ser decididas antes das eleições. Depois, só acordos de incidência parlamentar. O eleitorado, assim, não se sente defraudado.

Mas, claro, isto vale o que vale. É como as comissões políticas...







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