Barreto "estala o verniz" com o PSD: rescisão sem justa causa e cedência à claque
- Henrique Correia
- 26 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
"Os momentos de instabilidade no Governo não foram provocados pelo CDS. O acordo para as nacionais é para manter. O CDS vai manter a lealdade, apesar de alguns, no PSD, não serem credores dessa lealdade"


O líder do CDS-PP Madeira anunciou hoje, oficialmente, que não se recandidata a novo mandato nas eleições internas que deverão realizar-se em abril. Rui Barreto fez essa confirmação aos membros da Comissão Política, reunida esta noite. E foi ali que falou na existência de "uma rescisão sem justa causa", referindo-se ao acordo de governo com o PSD, com Albuquerque a anunciar que em próximas eleições o partido vai sozinho a votos. "Os momentos de instabilidade no Governo não foram provocados pelo CDS".
O acordo para as nacionais é para manter. "O CDS vai manter a lealdade, apesar de alguns, no PSD, não serem credores dessa lealdade. Percebo que os partidos cedam à tentação da claque interna, mas não sei se isso representa exatamente a razão para que esta situação tenha acontecido".
Barreto esclareceu, para quem tivesse dúvidas, o suposto pedido de demissão imediata de Miguel Albuquerque. Muitos pensaram ser um arrojo para um parceiro de coligação, mas ficou claro, na altura, que foi uma estratégia "combinada" face à dificuldade de Albuquerque assumir essa posição de força junto do Representante. Hoje, Barreto confirma que o seu papel foi o de "um construtor de soluções".
Barreto lembrou, no momento em que decide sair da liderança centrista, que "o CDS foi o garante da estabilidade nos últimos cinco anos, teve competência e responsabilidade no Governo Regional da Madeira. Firmei um acordo em 2019 e renovei esse acordo em 2023. Colectivamente, atingimos grandes indicadores económicos e um desemprego a descer. Nada fazia prever que esta crise política e judicial findasse este acordo"
Para Barreto, acusaram o CDS de falta de maturidade "mas foi o CDS quem mostrou maturidade na sala.
O ainda líder centrista diz que sai com o sentimento de dever cumprido, com a consciência tranquila que sempre servi os interesses dos madeirenses e que o CDS fez aquilo que lhe competia. É bom que num final de ciclo estejamos connosco. Fiz o que tinha dito no congresso de 2018, que o CDS nunca iria defraudar o espaço político que representava, o centro direita, e iria respeitar a vontade do povo. Fizemo-lo num quadro muito adverso, com dois anos de pandemia, uma guerra na Europa, com consequências muito graves no aumento do preço dos combustíveis, dos cereais, do aumento da inflação".
Comentários