Brício critica "militares que "vivem mesmo da ameaça e do insulto e são especialistas em afastar pessoas de bem. Com estruturas locais podres, o PSD não vencerá".

Parece que finalmente, depois de um ano à espera, como aqui fizemos referência na passada semana, a eleição das comissões políticas de freguesia e das Concelhias do PSD-M vai avançar em outubro. Foi este, de resto, o mote para uma entrevista de Brício Araújo, presidente da concelhia de Santa Cruz, publicada no Diário, onde faz agradecimentos mas também faz alertas e "atira-se", com todas as letras das palavras fortes, contra algumas estruturas locais do PSD, com indivíduos "esgotadas, instigados por derrotados da política que gostam de promover o caos, indivíduos sem qualquer impacto cívico ou empatia na sociedade".
Pelo histórico, dir-se-ia que Brício Araújo "despiu" o "casaco" da concelhia e "vestiu" o do sentido crítico interno, pela primeira vez, dando "corpo" a um descontentamento que subrepticiamente pulula num partido que se diz de "fiéis" como sempre e "unido" como nunca.
Brício diz que alguns desses militares "vivem mesmo da ameaça e do insulto e são especialistas em afastar pessoas de bem", uma realidadd que o deputado pode estar a avaliar agora, mas que sempre foi um pouco a prática se vários períodos do PSD Madeira, um partido que ainda recentemente registou u.a divisão clara nas internas e que teve mais de 800 militantes ausentes da eleição para a liderança nacional de Montenegro, apoiada por Albuquerque, que ainda por cima faz parte dos órgãos nacionais.
Mas Brício Araújo diz mais e apela, aos militantes "bons" para que se mobilizem no sentido de afastar "os instigadores, os manipuladores e os que trancaram o PSD durante anos apenas por vaidade, sobrevivência, fraqueza, egoísmo e interesse pessoal...O PSD não é isso, o PSD não é deles, o PSD é do povo. Nesses casos, é preciso libertar o PSD"m...Com estruturas locais podres, o PSD não vencerá".
Este alerta do ainda presidente da concelhia do PSD de Santa Cruz, também deputado na Assembleia Regional e advogado de profissão, surge num contexto em que o partido está sob grande pressão face às divisões internas, que Miguel Albuquerque tenta a todo o custo "abafar", mas também num contexto em que o Parlamento pode vir a debater a confiança no Governo e a discussão do Orçamento para 2025, ano de eleições autárquicas, com Santa Cruz a assumir concelho importante para o PSD, que tem um adversário de peso, o JPP, que nos últimos mandatos tem liderado a Autarquia com a votação do eleitorado.
As declarações de Brício surgem de uma origem inesperada, sempre foi um defensor, por vezes, do indefensável, mas é outra voz que se junta a outras que a política social democrata desvaloriza para não ter que avaliar as causas.
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