Presidente do PS sobre o deputado madeirense Carlos Pereira: "Um deputado que vale, sozinho, em trabalho e em qualidade, mais do que muitos actuais deputados da oposição juntos".
O presidente do Partido Socialista, o açoriano Carlos César, veio hoje a público fazer alguns "desabafos" relativamente aos acontecimentos que ultimamente têm fragilizado o PS. E no meio dos desabafos, deu uma noticia sobre os aumentos salariais: "Espero que brevemente, outras medidas, a somar às já assumidas, sejam aprovadas incluindo mais diretamente os reformados e pensionistas". E César não ia escrever sem ter a certeza do que aí vem.
Mas a alusão principal foi sonre o que se passou na comissão parlamentar de inquérito à TAP, onde a indemnização a Alexandra Reis, uma reunião de deputados com a CEO da transportadora em vésperas da audição no Parlamento e ainda um suposto pedido do então secretário de Estado para alteração de um voo da TAP em favor do ajustamento à agenda do Presidente da República, foram assuntos suficientemente polémicos, graves mesmo.
Carlos César, o homem do aparelho socialista, escreveu sobre os assuntos e pelo meio "apanhou" de "raspão", por direto "raspanete", o seu Partido Socialista no Governo quando diz que "deve evitar alguns tropeções…e cuidar melhor quem nomeia". É certo que também diz que o PS deve estar orgulhoso do seu trabalho, mas do ex-governante que fez o comentário sobre o voo de Marcelo diz que "é sem juízo".
"Ora, comportamentos como o que foi revelado na matéria e no teor político do mail escrito pelo antigo Secretário de Estado – ainda por cima, segundo se diz, na sequência de um contacto, ou sugestão, de uma agência de viagens da qual, certamente, a presidência da República também tem de se queixar – não são aceitáveis e revelam uma conduta perniciosa e, digo mesmo, estúpida. Como socialista, que acredita no governo em funções e no seu desempenho mesmo nas condições difíceis com que se tem confrontado, já que o membro do governo já não o é, ou seja, que não é possível ele se demitir ou demiti-lo agora, só resta pedir desculpas ao Presidente e às pessoas em geral", escreve César.
Sobre a reunião com a CEO da TAP, expõe: O primeiro desses assuntos, só atinge a proporção mediática que ganhou, porque é uma habilidosa meia-verdade da oposição e de alguns seus amanuenses e um generalizado exercício de hipocrisia. A verdade deste assunto é que a CEO da TAP reuniu com o grupo parlamentar do PS que estava representado pelo deputado Carlos Pereira (um deputado, aliás, que vale, sozinho, em trabalho e em qualidade, mais do que muitos actuais deputados da oposição juntos!). Não sei quem sugeriu a reunião e não compreendo a importância disso. Mas, a verdade é logo manipulada pelas circunstâncias e pelo embuste.
O segundo embuste é que isso teria acontecido para condicionar o depoimento da CEO na Comissão de Inquérito. Não me parece que a situação de então da CEO favorecesse a realização dessa reunião, mas a verdade é que essa reunião foi a 17 de janeiro, nas vésperas de uma audição parlamentar, é certo, mas quando nem sequer estava aprovada a criação de uma Comissão de Inquérito e muito menos estava ainda em funcionamento. A Comissão só foi aprovada a 3 de fevereiro e a CEO só foi chamada para depor numa reunião da Comissão quase três meses depois. A própria gestora, da qual não se pode dizer que seja especialmente amiga do governo, já desmentiu qualquer condicionamento ou tentativa de a condicionar, e isso, sim, é realmente importante".
César reconhece ser verdade "que alguns episódios colaterais, que têm sido conhecidos, não abonam muito a uma relação límpida e eficiente envolvendo a empresa, quer aquando da sua privatização quer no tempo mais recente", mas "não deixa de ser grotesca a omissão que se faz ou procura fazer do facto da TAP ter dado lucro, antecipando esse objetivo que estava previsto no seu plano de reestruturação, a que não é estranha nem a sua gestão nem a sua tutela, nesse período, recorde-se, exercida por Pedro Nuno Santos".
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