Veja o resultado da última vez em que as eleições regionais foram realizadas num quadro de círculo único.
A proposta que a comissão política do PSD Madeira vai aprovar para ser levada aos Parlamentos, Regional e da República, de alteração da Lei eleitoral para a Assembleia da Madeira, surge num contexto de perda de votos do PSD-M e da necessidade de compensar bem os votos expressos nas urnas. Miguel Albuquerque considera que é dar justiça à Democracia e à Autonomia, sendo que na prática, o regresso aos círculos concelhios e o fim do círculo único, vem naturalmente dar mais deputados ao PSD e reduzir a expressão da oposição no Parlamento. A avaliar pelos últimos resultados.
Miguel Albuquerque explica que se trata de uma proposta de revisão que assenta em quatro eixos fundamentais, designadamente e, em primeiro lugar, na necessidade da nova Lei Eleitoral passar a considerar a existência de Círculos Eleitorais Concelhios e, também, um Círculo de Compensação – de modo a que os cidadãos saibam quais são os deputados que representam o seu concelho e se sintam mais próximos dessa representatividade". Os outros eixos são o voto em mobilidade (A votação para a Assembleia Regional da Madeira é a única onde isso não acontece), a paridade e o círculo pela emigração.
Uma proposta que mereceu reação do JPP que este sábado alertou a população da Madeira e Porto Santo para “o perigoso ataque à democracia representativa” que configura a “igrejinha eleitoral cozinhada pelo PSD” para tentar regressar às “velhas maiorias absolutas de má memória e ao esmagamento dos partidos da oposição”.
Na verdade, será curioso seguir com atenção esta novidade que o PSD-M pretende introduzir na vida político eleitoral madeirense, através de um sistema que, contas feitas, pode ser uma forma de "camuflar" um problema que, para o PSD-M, começa a ser estrutural e deve ser resolvido através de uma mudança de posicionamento da liderança perante o partido e perante as bases. Mas o mais curioso será, ainda, estarmos atentos ao posicionamento da oposição e da formacl como Miguel Albuquerque pretende fazer passar a proposta na Assembleia Regional, uma vez que não sendo de acreditar em votos favoráveis do PS e do JPP, os dois maiores partidos da oposição, o líder do PSD ficaria, de novo, nas mãos do CHEGA, do PAN, do CDS e da IL. Com uma diferença: como pensa Albuquerque negociar uma alteração que pode fazer desaparecer os seus parceiros de negociação? Seria, para estes, um "suicídio" político. Q
Mas como a politica madeirense já nos surpreendeu tanto, o melhor é esperar para ver esta "fuga para a frente" de Miguel Albuquerque.
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