Henrique Correia
Cada sem abrigo com casa e trabalho é positivo se não for só para a fotografia
Não podemos deixar de relevar quaquer ação levada a cabo pela Câmara, como se viu através da "visita guiada" que Pedro Calado fez para o Diário, uma vez que corresponde a uma necessidade e à expetativa das populações.

A Câmara só divulgou nos seus espaços de reposição das notícias dos dois jornais depois do Diário dar a "primeira mão" ou depois da Câmara dar a "primeira mão" ao matutino. Uma "mãozinha" ao Diário que está mais ao "pé". Ou como diz o povo, uma mão "lava" a outra...
Seja como for, três meses depois foi tornada pública uma iniciativa de Pedro Calado junto dos sem abrigo do Funchal. Um "furo" jornalístico que estava bem guardado mas cuja divulgação se precipitou certamente com a morte do sem abrigo junto à porta do Mercado dos Lavradores num contexto em que se questionava sobre aquilo que a Câmara prometeu.
Em sintese, a Câmara e Pedro Calado, empenhado pessoalmente na solução, têm feito um trabalho de terreno no sentido de oferecer casa e trabalho a quem quer sair das ruas. Desde finais de novembro que desenvolve esse trabalho e diz que já conseguiu tirar das ruas 8 sem abrigo. Sem dúvida, uma boa notícia, independentemente do que possa vir a acontecer daqui para a frente. Nem que fosse um, a estratégia já tinha o seu aspecto positivo e coloca mesmo em causa todas as iniciativas que têm sido desenvolvidas nesse sentido por parte da pasta governamental responsável pelo social.
"A CMF está a recuperar um edifício para abrigar pessoas sem-abrigo que aceitam a reintegração. Trata-se de um investimento de 150 mil euros, que vai alojar quatro pessoas. Esta iniciativa começou em Novembro do ano passado. Desde então, oito pessoas já saíram da rua. Este trabalho envolve os serviços da CMF, mas também a PSP e tem o apoio da Associação Protectora dos Pobres e Porta Amiga", pode ler-se na nota hoje colocada no site da CMF, como já se viu primeiro no site do DN.
No centro da cidade estão identificados 90 pontos críticos ligados à situação dos sem-abrigo e eu são diariamente limpos e desinfectados.
Certamente que o Governo tem uma estratégia visando os sem abrigo, uma área difícil, complexa, que deve atender a cada caso como único e exige uma espécie de operação integrada. Se a Câmara assume a intervenção e tem este sucesso com a retirada de 8 pessoas das ruas em menos de três meses depois da estratégia no terreno, significa uma mais valia para a eventualidade de haver, da parte da estratégia do Governo, alguma falta de criatividade e assertividade neste processo.
Mas competências à parte, não podemos deixar de relevar quaquer ação levada a cabo pela Câmara, como se viu através da "visita guiada" que Pedro Calado fez para o Diário, uma vez que corresponde a uma necessidade e à expetativa das populações relativamente à segurança da cidade e ao problema social acrescido de uma pandemia que agravou todos os cenários já identificados. É importante não perder o controlo.
Outra coisa importante é ir além das visitas guiadas e das ações para a fotografia. Fica o benefício da dúvida e votos de muito sucesso nesta árdua tarefa.