"Queremos continuar a ter uma sociedade assistencialista, uma sociedade de subsidiodependência, ou uma sociedade em que nós vamos dar condições às pessoas para produzirem mais e melhor?”
O presidente da Câmara do Funchal fez um alerta para a necessidade de haver maior rigir na atribuição dos apoios sociais. Na essência, um alerta com todo o sentido, bem ao estilo do provérbio que é atribuído a um filósofo da China antiga "Dê ao homem um peixe e ele se alimentará por um dia. Ensine um homem a pescar e ele se alimentará por toda
a vida.”
Pedro Calado fez bem em expressar essa posição, já não é a primeira vez que o faz referindo-se a apoios que são concedidos por diferentes entidades, sem cruzamento de dados, que eventualmente distorcem a realidade e impedem que os apoios sejam canalizados a quem precisa efetivamente. O princípio é este e por uma questão de princípio, é fácil de concordar com o que defende o autarca que lidera a maior câmara da Madeira.
O presidente da Câmara citou que "mais importante do que dar o peixe é ensinar a pescar”, sublinhando que isto “obriga-nos a dar condições às pessoas para produzirem mais e melhor, e sermos mais justos com quem realmente precisa". E disse mais questionando: “Que tipo de ajuda é que nós queremos dar às pessoas? Queremos continuar a ter uma sociedade assistencialista, uma sociedade de subsidiodependência, ou uma sociedade em que nós vamos dar condições às pessoas para produzirem mais e melhor?”
São observações com toda a pertinência. Mas é importante enquadrar este pensamento naquela que sempre foi a política assistencialista da Região desde sempre, primeiro para recuperar o atraso da Região, depois para manter diversas atividades que só conseguem garantir a dimensão que têm com a mão das verbas do Governo, umas vezes com o pretexto da juventude, como eo caso da Educação e Desporto, outras vezes pela Saúde, outras vezes porque dar a cana leva muito tempo a ver o peixe e dar o peixe é de "agradecimento" e de "reconhecimento" imediatos. E a Política, tantas vezes, funciona para o imediato e fomenta esse imediato na população eleitora.
E a dúvida que se coloca é o percurso de Pedro Calado, no Governo e na Câmara, sempre com um cunho de política de subsídio e de assistencialismo, sendo que a palavra subsídio é, muitas vezes, aligeirada pela palavra apoios, que efetivamente são subsídios, não exatamente os sociais, mas também de sobrevivência de instituições, regionais, concelhias e de freguesia, além de organismos infindáveis de desporto e de eventos. O rigor a que Pedro Calado se refere deveria ser aplicado também nestes domínios. Precisamente para evitar a duplicação de apoios dados pelo Governo e pela Câmara para o mesmo objetivo. Se é para haver rigor, que seja para tudo. Porque da mesma forma que as pessoas devem ter a cana para poderem pescar o peixe, também as Casas do Povo, que recebem muito dinheiro, muito nos últimos anos, os clubes, as associações e os ecento, devem usar a "cana" do Governo para pescarem algum peixe, sendo de admitir que alguns até possam fazer isso neste Universo de que ninguém sobrevive, ninguém paga a ninguém, ninguém dá um passo sem entrar dinheiro do Governo.
Certamente que a intervenção pública de Pedro Calado tem o objetivo de dar o seu contributo de "basta", haja rigor um dia, mesmo, mesmo sabendo que uma eventual disciplina de apoios pode significar custos de quem não está muito virado para a "pesca" e está mais virado para comer logo o peixe sem cana na mão.
Esta posição do presidente da Câmara, levada a sério com esta abrangência, pode ser um problema do ponto de vista eleitoral. É melhor ficar só pela "malta que não quer trabalhar e que vive do subsídio". O resto, é melhor deixar mais para a frente. Como amostra, mini, ficam os apoios desta semana à Casa do Povo de Santa Cruz (Sons e Sabores) com 11.500 euros; Casa do Povo do Caniçal (16.750 euros Feira do Mar e da Pesca); Casa do Povo do Santo da Serra (15.500 Mostra da Sidra).
Quanto ao desporto, ficam apenas duas pública da semana no JORAM
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