Henrique Correia
Calado diz que o Plano de Desenvolvimento Económico não será "bóia de salvação" do Funchal
"O PDES é um documento orientador que transcende os calendários eleitorais. O Governo Regional da Madeira não vai alterar o seu rumo nem a sua estratégia para o futuro"

Na sequência do chumbou do Plano de Desenvolvimento Económico e Social (PDES), por parte da Câmara do Funchal, a Vice-Presidência do Governo Regional emitiu um comunicado onde refere que, "ao contrário do que é reproduzido nas notícias de hoje, com base nas declarações proferidas, esta segunda-feira, em Assembleia Municipal, pelo presidente da Câmara Municipal do Funchal, as autarquias da Região foram tidas em conta para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Económico e Social".
Sublinha Calado que "por muito que pretenda o presidente da CMF, o PDES não é, nem vai ser, uma “boia de salvação” para tudo aquilo que este executivo do Funchal se comprometeu a fazer perante a população e que, por má gestão e ou incompetência, não foi capaz de concretizar".
O gabinete de Pedro Calado dá conta que "em março 2019, através da Vice-Presidência do Governo Regional, as autarquias foram convidadas a dar contributos para o Plano Regional de Investimentos. Na mesma altura, foram informadas que iriam ser chamadas a participar no PDES, o que viria a acontecer, através do Instituto de Desenvolvimento Regional, em julho de 2019, com um pedido de contributos dirigido à Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira (AMRAM).
Além desta via, o tema foi também levado ao Conselho Económico e Concertação Social (CECS). Na última reunião, realizada a 7 de setembro, o senhor presidente da CMF referiu que o PDES deveria fazer referências ao nível dos Municípios, observação que não tem qualquer fundamento e que uma leitura simples do documento facilmente o comprova.
Apesar da natureza e abordagem deste plano obedecer a uma estratégia para o território de forma integrada, onde os seis desafios estratégicos são globais e aplicam-se a toda a Região como um todo, há, no entanto, várias referências a cada município em concreto.
Podemos referir, apenas como alguns exemplos, as áreas do “Acolhimento Empresarial”, onde são apontados os concelhos de Machico, Calheta, São Vicente e Câmara de Lobos; as “Cadeias de Valor” para os concelhos da Costa Norte e o Porto Santo; ou a “Mobilidade”, com o Funchal, Machico e Porto Santo e portos secundários. Vários outros concelhos são apontados em muitas outras áreas do documento.
A nota da vice presidência não resiste numa tónica mais virada para eleições: "Embora se perceba o nervosismo pré-eleitoral que se adensa à medida que nos aproximamos de outubro do próximo ano, os quais passam pelo envolvimento de todos os parceiros que queiram colaborar na sustentação do crescimento económico e social".o PDES é um documento orientador que transcende os calendários eleitorais. O Governo Regional da Madeira não vai alterar o seu rumo nem a sua estratégia para o futuro,