Henrique Correia
Calado e Miguel Gouveia trocam acusações sobre "buracos" na Câmara
"Ao invés de ter detectado um buraco, com a desistência dos processos judiciais, Pedro Calado CRIOU mais um buraco".

Neste domingo em que a Câmara do Funchal publica, no Diário, o resultado de um estudo dando conta de um buraco de 30 milhões não contabilizados pelo anterior executivo, o líder desse anterior executivo, Miguel Gouveia, publica onde pode, no Facebook, uma informação de outro "buraco", obviamente em sentido contrário, com o título "Calado cava mais um buraco na CMF". É a resposta, com "histórico", como refere o agora vereador da Confiança.
Miguel Gouveia explica: "Decisão de Pedro Calado em desistir de processos judiciais com a ARM cria dívida superior a 30 milhões de euros", lembrando que "a CMF mantinha um litígio¹ com a ARM desde 2015 por aumentos considerados ilegítimos e injustificados nos tarifários da água e resíduos. Neste diferendo, Pedro Calado, desde os tempos em que exercia funções no Governo Regional até à actualidade, sempre tomou posição em defesa da ARM e em prejuízo dos consumidores funchalenses. Em Novembro passado, depois de tomar posse, o actual presidente fez saber que estaria a negociar um plano de pagamentos com a ARM, aceitando pagar os cerca de 31 milhões de euros em litígio acrescidos de juros, dando a entender que iria desistir de defender os interesses dos funchalenses".
E o ex-lider da CMF continua: "Em Dezembro de 2021, na discussão do Orçamento na Assembleia Municipal, o actual presidente referiu que a "poupança nos juros de mora" prevista nos acordos que estaria a fazer com a ARM iriam servir para financiar o plano de investimentos deste ano. No passado mês de Fevereiro, após a constatação de que nem um euro teria sido pago à ARM dos anunciados acordos, a Confiança apresentou um requerimento em reunião de câmara sobre o estado dos processos judiciais. O actual presidente informou que estava tudo na mesma, sem qualquer acordo e com os litígios sem qualquer evolução. Ou seja, os anúncios sobre acordos e poupanças em juros não passaram de mentiras.
Hoje, tomámos conhecimento pela imprensa que Pedro Calado, de uma assentada na Conta de Gerência de 2021, faz a CMF perder todos os processos judiciais que tem em curso com a ARM e aceita pagar os 30 milhões de euros em aumentos tarifários impostos ao Funchal.
Esta desistência dos processos de impugnação dos tarifários da ARM, infelizmente sairá cara aos bolsos dos funchalenses quando virem a sua conta da água disparar.
Assim, ao invés de ter detectado um buraco, com a desistência dos processos judiciais, Pedro Calado CRIOU mais um buraco, a somar ao histórico recorde de 100 milhões de endividamento aquando da sua primeira passagem pela CMF".