Henrique Correia
Calado "meteu" presidente do IDE na campanha e agora Nuno Morna também quer
Nuno Morna: "Não consigo perceber o que faz o presidente do IDE em reuniões de um candidato à Câmara do Funchal. Vou fazer reuniões com os empresários do concelho (Santa Cruz) para os ouvir. O Presidente do IDE vai comigo".

Sempre que há eleições, é isto: as máquinas das candidaturas dos partidos que estão no poder, tiram vantagens na mobilização de meios e na confusão de modos. Em modo cargo ou em modo candidato. Tem sido assim durante anos a fio, é mais assim quando as funções ou os cargos a que se propõem poderão estar por um fio. O Funchal é disso exemplo e a bipolarização já se vislumbra como provável. E nisto, os pequenos partidos ficam a ver os meios passarem pela frente com os modos dos outros.
Hoje, Nuno Morna, candidato da Iniciativa Liberal por Santa Cruz, trouxe a debate uma questão que é pertinente e que não é mera retórica político partidária em função dos lados diferentes da barricada eleitoral. O candidato da IL questionou a presença do presidente do IDE, uma estrutura governamental, numa reunião estritamente partidária do candidato da coligação PSD/CDS ao Funchal, Pedro Calado, na sede de campanha, onde estiveram presentes empresários.
Como diz Nuno Morna "não consigo perceber o que faz o presidente do IDE, em reuniões de um candidato à Câmara do Funchal com empresários do concelho".
O candidato da IL é claro, escreve que aceita "todas as reuniões que o vice-presidente queira fazer, com quem quiser, com a presença dos quadros do Governo que achar por bem lá ter. Mas como executivo, nunca como candidato. Não aceito que um candidato misture um cargo de responsabilidade governativa com campanha eleitoral. É baixo e definidor da apoucada ideia que se tem da democracia".
E claro que a presença do presidente do IDE na reunião, aliás anunciada com antecedência, deixa em aberto isto, sem se saber muito bem como é que o IDE vai reagir com outras candidaturas num quadro de resposta institucional a partidos aceites no contexto da Constituição Portuguesa: "Quero deixar desde já aqui a minha intenção de, como candidato à Câmara de Santa Cruz, fazer reuniões com os empresários do concelho para os ouvir. O Presidente do IDE vai comigo. E se não puder, por motivo de força maior, levo o vice-presidente. Têm ambos a obrigação moral de estarem presentes. Se uns podem, podemos todos".
Nuno Morna "remata": "O PSD Madeira acha que é o Estado e criou em 40 e tal anos um Estado que acha que é o PSD Madeira.