Henrique Correia
Candidato indicado pelo CDS "tira o chapéu" ao PSD
Pedro Araújo deu expressão, na prática, ao provérbio "Em Roma Sê Romano", que é como quem diz "no lugar onde estás faz o que as pessoas fazem e imita a cultura".

O presidente da Junta de Freguesia do Imaculado Coração de Maria, nome indicado pelo CDS nas últimas autárquicas e eleito pela coligação PSD/CDS, foi talvez o único centrista, que se saiba, que teve acesso à Festa do PSD na Herdade do Chão da Lagoa.
Claro que Pedro Araújo não estava na sua qualidade de homem do CDS. Nem de ex-deputado municipal do Funchal, em 2017, altura em que concorreu nas listas do CDS à Junta de Freguesia de Santa Maria Maior. Ali, na maior Festa partidária da Região, que é do PSD, Pedro Araújo estava como presidente da Junta, cargo que também deve ao PSD, estava porque havia barraca da Junta e não tinha sentido haver barraca sem o presidente a fazer as honras à passagem dos líderes do PSD, nacional e regional. Araújo deu expressão, na prática, ao provérbio "Em Roma Sê Romano", que é como quem diz "no lugar onde estás faz o que as pessoas fazem e imita a cultura". Assim, simples, de se lhe tirar o chapéu. Ou de se pôr, como fez, e muito a preceito, o presidente da Junta.
Obviamente que ninguém previa estas misturas partidárias resultantes da coligação governamental regional, também estendida ao Poder Local e já com garantia para ir a votos em 2023, faltando saber os lugares, uma "fórmula" que promete dores de cabeça a Albuquerque. Mas uma vez que há coligação e neste caso presidente da Junta eleito, foi natural esta situação que não deixou, apenas, de ser curiosa.
Ao menos, pelo que se sabe, Pedro Araújo não teve que meter cunhas ao PSD, como outros, para ter entrada vip na Festa social democrata. Com recusa, claro. Isto à revelia das cúpulas do CDS, que podem querer muito a coligação, mas também não vão tão longe. Nem oito nem oitenta.
Esclarece-se que o V de Pedro Araújo, apesar do chapéu, é para 2023 em nome da coligação. Está esclarecido.