"Chegámos a um ponto muito baixo, dizê-lo é defender o partido, afirmá-lo é querer impedir que ele se torne irrelevante, apontá-lo é não desistir, realçá-lo é querer contribuir para a solução".
O ex-deputado social democrata Carlos Rodrigues tem vindo a expressar a sua posição relativamente à situação do partido, na Região, com críticas cada vez mais contundentes que coincidem com o aumento da pressão que hoje recai na liderança de Miguel Albuquerque. O ex-parlamentar escreveu, no Facebook, que "chegámos a um ponto muito baixo, dizê-lo é defender o partido, afirmá-lo é querer impedir que ele se torne irrelevante, apontá-lo é não desistir, realçá-lo é querer contribuir para a solução. Qualquer indivíduo que me acuse do contrário não passará de um sátrapa engajado e conformado, de um acomodado que estará, porventura, cego, surdo e mudo.
Um liderança esgotada, uma alternativa que não o é, pelo menos no meu ponto de vista, hipóteses demasiado calculistas que insistem em permanecer nas filas do fundo, à espera que sejam levados em braços, sem coragem para avançar, sem ter as certezas todas e mais algumas, sem ter as garantias plenas e absolutas".
Carlos Rodrigues chega mesmo a admitir que "se me perguntarem, hoje e agora, se vale a pena continuar a militar num partido político, neste caso, o PSD Madeira, quase que diria que não", para logo deixar claro que
"arrefecendo a "caldeira" e refletindo com consciência, a resposta só pode ser sim".
O social democrata diz que "o palco está inclinado, não interessam as ideias mas sim o invólucro, a forma reina enquanto a substância é esquecida", acrescentando que "a Madeira teima em estagnar e andar para trás. Uma maioria parlamentar sustentada em partidos que não são de confiança, uma oposição débil e incompetente, que baseia a sua ação não na construção mas na destruição, mais preocupada em apontar o dedo do que em indicar o caminho, mais interessada em caçar bruxas do que em encontrar a poção mágica, mais virada para a perseguição em vez de se concentrar na atração e na mobilização.
No meio de tudo isto, perdem-se quadros, perdem-se valores, perdem-se oportunidades, perdem-se pessoas, perdem-se projetos, perde-se um tempo que não será recuperável.
A continuar como estamos perderemos mais um ano em debates estéreis, em disputas ocas, em eleições inconclusivas, em interpretações rebuscadas, em caminhos sem retorno que desembocam em paredes. Andaremos às voltas e o mundo, à nossa volta, vai acontecendo. Estamos, de tal forma, ensimesmados que perdemos a noção da realidade o que me leva a concluir que, se calhar, somos, de facto, o centro do mundo".
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