Henrique Correia
Cidadão insurge-se contra vandalismo no Porto Santo e aponta falta de Autoridade
"Selvajaria de uma juventude que só encontra gozo ou diversão na destruição, no confronto, no desrespeito pelos outros e pela propriedade (seja pública ou privada)".

Não é um episódio estranho, é até recorrente no verão do Porto Santo e ainda por cima em agosto, o mês forte de férias na ilha. Este ano até parecia mais calmo, relativamente a anos anteriores, mas mais calmo apenas nos desacatos, pelo menos que tenham sido públicos, porque a noite na ilha dourada tem registado barulhos e bebedeiras da grossa até às tantas da manhã. Como sempre, na completa impunidade.
Desta vez foi um cidadão, de forma individual e muito oportuna, que denunciou publicamente a destruição de uma máquina de bolas, que se tiram com moedas, propriedade de uma padaria. É verdade que ainda não chegou à coisa pública, quando chegar vamos ver, mas a máquina, para quem a pagou e luta por manter a porta aberta, é importante e o prejuízo custa. Não é pelo montante envolvido, mas sim por expressar o vandalismo. Destruir por destruir.
O cidadão chama-se Duarte Andrade e o escrito já está a ser partilhado largamente pela internet. Ainda bem que as redes sociais, com tudo o que tem de mau, também tem um lado bom de trazer a público informações que noutras situações iriam perder-se no silêncio e ficar só na desolação de quem vê património seu destruído pela irresponsabilidade de uma faixa a pretexto da irreverência da idade. Uma faixa de pais e de filhos.
Duarte Andrade expõe a situação e "o vandalismo que goza de uma impunidade continuada e inexplicável!...Selvajaria de uma juventude que só encontra gozo ou diversão na destruição, no confronto, no desrespeito pelos outros e pela propriedade (seja pública ou privada), no conflito e na violência como forma imediata de resolver toda e qualquer questão".
Acrescenta: "Continua a ser difícil para mim, que faço férias desde o berço e durante todos os anos da minha (já não tão jovem assim) vida, entender o porquê das autoridades não agirem preventivamente, dissuadindo comportamentos que todos sabem que acontecem e a cada ano que passa, de forma mais continuada e violenta.
Alguém consegue por favor apresentar um argumento (só um) válido que explique o porquê das poucas figuras de autoridade policial existentes numa ilha destas, no coração de um Agosto a fervilhar de hormonas descontroladas e em efervescência anárquica, fiquem em grupo junto ao ponto de carregamento dos carros elétricos no centro da Vila e não se digne a fazer uma ronda à principal (senão única) rua com bares a funcionar até mais tarde e onde os excessos de consumos de várias ordens e naturezas se associam à liberdade sem valores e educação desta maltinha, culminando num belo cocktail molotov que em última instância, abusa, destrói e vandaliza propriedade privada... E está tudo bem!"
O cidadão revela que "desta vez foi apenas uma máquina velhota de bolas com brindes para crianças, da velhinha Padaria Porto Santo que pela aparência, luta todos os dias por manter a porta aberta...Foi apenas uma máquina que alguém pagou, que ajudava concerteza a gerar alguma receita extra e que bonita ou feia...era de alguém!"
E deixa uma dúvida/questão: "Será que se irá manter a inépcia e inércia das autoridades locais (políticas e e de segurança pública) assim que se virem aos vidros de uma repartição pública, que grafitem uma igreja ou museu ou que destruam equipamentos do município do Porto Santo?"