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  • Foto do escritorHenrique Correia

Coligação avança "bases" à parte



E já para não falar que um anúncio desta relevância, implicando uma coligação com a importância do que está em jogo, deveria ter sido feito pelos dois líderes dos partidos que integram a coligação.



Miguel Albuquerque anunciou, este sábado, que nas próximas eleições autárquicas, já este ano, PSD e o CDS vão concorrer coligados à Câmara do Funchal e a todas as juntas de freguesia, o que naturalmente inclui aquelas em que dá só PSD e o resto era "paisagem". Era, agora vai dar mais qualquer coisa para o parceiro de coligação, que já se viu ser bom a negociar, mesmo bom e muito acima dos votos que vale.

Depois deste anúncio, em comunicado, as próximas autárquicas já começam a ser diferentes, para já é o PSD a reconhecer que sozinho, para a Câmara, não chega lá e mesmo acompanhado pode não chegar. Não é certo que a votação, no final, seja a soma dos dois concorrendo isoladamente e com base em resultados passados. Percebe-se a abrangência desta transposição do acordo governamental regional para a candidatura local mais importante para o PSD. Miguel Albuquerque não ia pedir ajuda ao CDS para tentar ganhar Miguel Gouveia para depois não levar o CDS pela mão em freguesias que são tradicionalmente suas. Negócio político é mesmo assim, uma mão "lava" a outra. E até pode acontecer que o CDS seja o único a ganhar nisto.

Mas o que mais surpreende neste anúncio é a forma, mais do que o conteúdo, como Miguel Albuquerque resolve as situações, com o impulso do momento sem grandes preocupações relativamente às consequências internas que uma situação desta natureza vai provocar, sobretudo depois da concelhia do Funchal ter recusado, segundo contactos do JM, qualquer coligação com o CDS, o que no interior do PSD-M até é um entendimento que tem muitos adeptos, que mesmo admitindo uma coligação para a Câmara, nunca defenderiam o mesmo para as juntas.

Mas Albuquerque decidiu, apesar de tudo. Fê-lo para estancar reações,falatório sobre o que pensa A e B, mesmo que A e B sejam de estruturas concelhias. Nem quer saber se haverá dúvidas sobre uma atitude elementar, nestas situações do Poder Local, que é ouvir as bases, o que claramente não aconteceu e pelos vistos não interessa para nada. Nem as bases do PSD nem as do CDS. E já para não falar que um anúncio desta relevância, implicando uma coligação com a importância do que está em jogo, deveria ter sido feito pelos dois líderes dos partidos que integram a coligação. Se a ideia é unir as bases para juntar votos, não começa muito bem dar a ideia que as bases não contam para nada, nesta matéria.

Miguel Albuquerque quer aplicar no PSD-M a determinação demonstrada nas medidas da Covid-19, cujo resultado, positivo, está à vista. E de tal modo que o ponto dois do comunicado de hoje, diz isto: "Ainda que respeitando e valorizando a opinião e o contributo de cada militante no processo autárquico e nas escolhas a fazer para que o PSD/M saia vencedor de mais este ato eleitoral, o interesse superior do nosso povo, a recuperação económica e social pós-covid e a estabilidade da Região, entendida nos seus onze concelhos, terão de falar mais alto e nortear todas as decisões a tomar". Para a pandemia, está muito bem. Mas o PSD-M não é uma pandemia, não se pode mandar calar e tudo para "casa" porque sim. Ou pode-se?




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