A "guerra" (pequenas cirurgias) não deve ser com quem faz mas sim porque não se faz mais rapidamente na Região. Quem tem um problema quer resposta, não quer conversa política.
Como o PSD não tem oposição determinada e incisiva na Região, designadamente com as dificuldades do maior partido alternativa, o JPP não tem oposição incisiva e assertiva em Santa Cruz, onde cabe precisamente à coligação PSD/CDS a estratégia de preparar "cirurgicamente" o confronto político com quem neste momento está a liderar a governação local. Não fazendo como deve, não tem os efeitos que pretende. E por isso, não surpreende o resultado das sondagens, onde o JPP surge com uma expansão regional maior do que aquela que tinha.
Em vez de ir aos assuntos "cirurgicamente", o PSD vai pelo programa de pequenas cirurgias apoiadas pela Câmara, logo o pior lado para fazer oposição se o objetivo for a obtenção de resultados e ganhar atenção dos eleitores. Como é que o PSD não percebeu isso ainda é um "mistério". Como é que ainda não percebeu que o JPP é, neste momento, uma oposição que "dói" mais a coligação governativa regional, mais do que o próprio PS, e por isso é que nas sondagens o JPP surge com uma expressão a refletir essa realidade? Como é que o PSD não entendeu que a oposição ao JPP pode ser feita por todo o lado menos pelo lado das cirurgias, um tema sensível na Região e que até poderia ser encarado como um motivo de operação integrada envolvendo as câmaras neste particular das pequenas intervenções, que no fundo, vamos ser realistas, ajudam pessoas que estão à espera, não de luxos nem de excessos, mas de uma intervenção, trata-se de saúde. E com a saúde não se brinca nem se faz política.
E se a Região tem dificuldades, pelas listas de âmbito regional, porque não admitir que este foi um programa bem pensado em vez de um combate político quando falamos de Saúde? Logo Saúde. É para os amigos, como diz o Governo numa reação político partidária? Pois bem, então estendam o programa a todas as Câmaras e operem os amigos todos, se calhar ainda apanham alguns "inimigos", mas de certeza reduzem as listas de espera na Região, que assim fica com outras capacidades de recuperação das respetivas listas.
É evidente que em função dos planos criteriosos e do tratamento igual aos utentes, pode haver aqui alguma desarticulação "institucional". Mas o grande problema não é Santa Cruz ter o programa, é o tempo que demoram as cirurgias na Região. A "guerra" não deve ser com quem faz mas sim porque não se faz mais rapidamente. Quem tem um problema quer resposta, não quer conversa política. E não se percebe a razão pela qual o PSD mantém um discurso critico numa área sensível apenas por solidariedade político partidária, mas que compromete o seu futuro em Santa Cruz.
Como não se percebe o sentido de voto, ontem, relativamente ao programa de apoio ao pagamento de creches e jardins de infância. Só porque sim. Mas assim, com estas estratégias, fica difícil o sucesso.
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