Deputado Carlos Rodrigues diz que "desta vez estou fora" e pede que "o critério seja a qualidade e não a capacidade de arrebanhar".
Quem apoiou Manuel António Correia na luta interna partidária contra Miguel Albuquerque está a ser pressionado a sair das funções que desempenha no âmbito do Governo. Se não acontecer, será certamente a demissão imposta, o que neste momento até é fácil em função das eleições antecipadas, onde no conjunto de candidatos certamente não vão aparecer apoiantes de Manuel António. Ou seja, quase metade do PSD Madeira.
Se em termos se conceito global, na realidade um líder deve trabalhar muito com base na confiança política, também é importante ter em conta que essa falta de confiança de Albuquerque abrange perto de metade dos militantes, o que num universo curto deixa uma margem reduzida de opções para o líder vencedor, partidariamente falando, quando elaborar as listas candidatas a deputados e pensar, depois, nas escolhas para o Governo se vencer as eleições regionais antecipadas de 26 de maio. Não se sabe como é que Albuquerque vai escolher uma equipa de confiança desconfiando de meio partido, com os episodios conhecidos em algumas secretarias onde governantes obsessivos do serviço, extravasando as funções, e assessores ditos leais, têm vindo a "encostar" apoiantes de Manuel António Correia, fazendo lembrar procedimentos de má memória- os mais jovens não se lembram disso - quando nos tempos do BANIF a gestão desenfreada do vale tudo passou do emprego a granel para os despedimentos a granel devido a uma gestão de "novo riquismo". Quem resistia, era lançado para o que foi conhecido como "Tarrafal", um prédio em frente, onde o funcionário era colocado com uma mesa e uma cadeira sem nada para fazer. Como se vê, há métodos que apenas se repetem, não têm nada de novo na Região.
Salvo as devidas proporções na aplicação da metodologia, talvez hoje mais "refinada", temos que no caso deste "filtro" entre os "bons" e os "maus", falando de um universo curto, poderá trazer grandes problemas à liderança legitimada pelo voto dos militantes. Isto porque o líder ganhou e por isso passou a ser de todos is militantes. Esse foi o duscurso. E a atitude nos dias seguintes, inclusive com declarações públicas, no sentido de convidar os opositores à demissão em departamentos do Governo? Para além da própria confusão Governo/Partido, que nem se pode dizer que seja nova e exclusiva desta direção, há uma falta de prudência e uma clara evidência de falta de sentido democrático, o que é curioso acontecer nos 50 anos do 25 de abril de 1974.
Até pode dar tudo certo e independentemente dos deputados, o PSD pode voltar a ter uma maioria absoluta. Faça o que fizer, cometa os erros que cometer, pode a vitória acontecer e metade do partido ser suficiente para isso. Mas como ainda hoje referia o deputado Carlos Rodrigues, que se põe de fora das listas, "espero que a lista de candidatos do PSD seja imune a caciquismos medíocres. Que o critério seja a qualidade e não a capacidade de arrebanhar. Não se preocupem, desta vez estou fora".
Uma mensagem forte, com conteúdo, que o deputado Carlos Rodrigues, que tem experiência parlamentar, decidiu partilhar na sua página do Facebook.
Reforça-se, aqui, esta passagem que nos parece tão importante quanto difícil de concretizar no momento e no contexto: "Que o critério seja a qualidade e não a capacidade de arrebanhar".
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