top of page

Companhias aéreas não estão a proteger passageiros em tempo "útil"

  • Foto do escritor: Henrique Correia
    Henrique Correia
  • 19 de ago. de 2024
  • 2 min de leitura


Será preciso avaliar se os prejuízos não poderão ser superiores aos benefícios dessas operações sem resposta adequada.




As companhias aéreas, na sua grande maioria, não protege, num chamado "tempo útil", os passageiros que, de forma muito frequente, são afetadas pelos ventos no Aeroporto Internacional da Madeira Cristiano Ronaldo. Umas piores do que outras, a TAP com uma capacidade de resposta maior no imediato, mas todas com uma falha de comunicação muito grande, com dificuldades impostas no entendimento dos direitos dos passageiros, sendo que no caso da Madeira, muito particular, os efeitos em períodos de "ponta", como é o caso presente, são catastróficos para os passageiros, para os trabalhadores e também para o destino turístico da Madeira, confrontado com um grave problema: como sair da Região protegido pelas companhias que operam na Região e que, não raras vezes, enfrentam estas especificidades de mercado, que deveriam constar como salvaguarda nos cadernos de encargos das concessões. De alguma forma, mas sempre com a proteção dos passageiros como um dos objetivos principais. Para uma operação com estes riscos, são necessárias medidas concretas.

No caso concreto da easyJet, cujos contactos pelas vias disponíveis são quase impossíveis, cancelou ontem sete voos depois de dias de greve, com a legitimidade reivindicativa que não se duvida, e com isso deixou sem viagem uma média de mil passageiros sem que apresente alternativas próximas atendendo a que as viagens disponíveis são remetidas para o final de agosto, princípio de setembro, o que facilmente provoca grandes transtornos nos passageiros, no seu regresso a casa e ao trabalho, nas férias programadas ou relativamente a eventuais compromissos de negócios.

Uma coisa é o previsível contratempo de cabcelar voos pelo vento, envolvendo razões de segurança alheias a todos, incluindo as companhias, outra coisa diferente é não poder viajar e a alternativa estar apontada para duas semanas depois. Isto é inconcebível. E doa a quem doer, deve obrigatoriamente haver solução através de viagens suplementares nos dias seguintes às ocorrências, para além de que os passageiros devem ser devidamente ressarcidos, um processo propositadamente burocrático que muitas vezes acaba em resposta negativa com alegações que nunca se encaixam na defesa dos passageiros.

Enquanto não se resolve a questão dos ventos, enquanto se mantiver o risco de cancelamentos por essa via, as entidades deviam sensibilizar as companhias para uma resposta mais eficaz, salvaguardando-se aqui a circunstância de a companhia dita de "bandeira" ser aquela que, normalmente, responde melhor e mais rápido, pela robustez da capacidade com que opera mesmo com custos superiores para os passageiros.

A Madeira precisa de companhias que operem para a Região, que tragam turismo, que garantem serviço com uma boa combinação qualidade/preço. Mas quando essa vantagem começa a ser substituída por uma má imagem do destino através destas soluções sem solução, então será preciso avaliar se os prejuízos não poderão ser superiores aos benefícios.

Vejam isso e não se deslumbrem com este "boom". Desenvolvimento equilibrado e sustentável dá sempre mais trabalho, mas o produto final é melhor.


 
 
 

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
Madeira ponto logo.png
© Designed by Teresa Correia
bottom of page