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Foto do escritorHenrique Correia

Convento de Santa Clara prepara as áreas visitáveis; Albuquerque vai ver obras

Foram considerados espaços para áreas expositivas, a criação de circuito de visita, a recuperação de áreas funcionais, a readaptação de espaços e a multiplicação de áreas visitáveis.




Segundo nota da Quinta Vigia, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, visita amanhã, pelas 15.30 horas, o Convento de Santa Clara, no Funchal, onde decorre a empreitada de implementação do “Projeto de museologia/museografia das áreas visitáveis do Convento de Santa Clara (Funchal)”.

Esta empreitada teve início em meados de setembro de 2022, devendo estar terminada até finais de março.

No âmbito desta obra, o Convento foi intervencionado a nível de conservação e restauro património imóvel, móvel e móvel-integrado, assim como no que se refere às suas coberturas e sua impermeabilização para garantia de sua preservação, refere a mesma informação.

No presente projeto, foram considerados espaços para áreas expositivas, a criação de circuito de visita, a recuperação de áreas funcionais, a readaptação de espaços e a multiplicação de áreas visitáveis. E também a criação de espaço para reservas, portaria, armazenamento logístico e exposições temporárias.

Ressalve-se a conservação e restauro de um conjunto significativo de património móvel e móvel integrado, de talha, azulejaria, pintura, escultura, ourivesaria, têxteis e mobiliário remanescente do Convento de Santa Clara. Foram desenvolvidos trabalhos de composições e reconstituição de três altares de talha datáveis de meados do século XVII, que se encontravam desmontados e dos quais se desconhecia a existência.

Anote-se que nos finais dos anos 40 e década de 50 do século XX decorreram obras de vulto neste convento, incluindo demolição de capelas e mobilidade de peças. Foram reconstituídas três capelas, de acordo com os espaços existentes, informação histórica e iconográfica, nomeadamente, a Capela de Nossa Senhora do Monte, Capela do Santíssimo Sacramento e de São Gonçalo de Amarante, que regressou à sua localização original (claustro). Dos altares reconstituídos, destaca-se o altar-mor da igreja do convento, agora montado numa sala de exposição, de grande imponência cenográfica e barroca, revelando o gosto e poder económico das clarissas no século XVII. Os outros altares remontados são o de São João Batista, da sua primitiva capela, agora numa sala de exposição, e o do Bom Jesus na Capela do Santíssimo Sacramento, no claustro, onde também se reconstituiu parte do teto.

De grande interesse, é a criação de salas de interpretação monumental, com a história do convento e das suas vivências, centrada nas clarissas sob a custódia do Convento de São Francisco, e toda a complexidade do processo de extinção das ordens, em Portugal, e suas consequências para o convento madeirense, assim como as obras decorridas ao longo dos séculos. A recriação de uma cela de freira de meados do século XVIII leva-nos para o interior do convento e para um possível entendimento do recolhimento espiritual das clarissas.

O projeto permite uma apresentação integrada e didática de um conjunto patrimonial e artístico que se encontrava antes disperso pelo convento, em estado de degradação, e não acessível aos visitantes.

Este projeto, além de salvaguardar um património considerável deste convento, apresenta ainda uma interpretação da sua história, pois trata-se dum convento da maior importância da ilha da Madeira.

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