Dizem várias "fontes" que Albuquerque "quer uma clarificação interna sem clarificar nada ao nível da liderança criando uma falsa ideia que não é arguido, que não está sob suspeita e que o processo está fechado".
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O calendário definido por Miguel Albuquerque para ir a eleições internas, no que chamou de clarificação, foi cirurgicamente escolhido para travar a eventual concorrência interna, já existem poucas dúvidas dessa estratégia. O regulamento do Congresso a 21 de fevereiro e a apresentação de listas até 29 de fevereiro, sete dias depois, é um prazo estatutariamente legal, mas que trava qualquer candidatura que não seja a do próprio Albuquerque, atendendo às dificuldades que um novo candidato iria sentir na obtenção de documentos, de listas de militantes e de um trabalho que necessita de um tempo mais alargado.
Dizem várias "fontes" que Albuquerque "quer uma clarificação interna sem clarificar nada ao nível da liderança criando uma falsa ideia que não é arguido, que não está sob suspeita e que o processo está como se estivesse fechado", o que não corresponde à realidade. Mesmo com a presunção de inocência, é suspeito até averiguação concluída e deve defender-se, tem todo o direito de fazê-lo, mas sem arrastar o partido para uma situação ainda desconhecida, que até pode ser nada, mas também pode ser com outro desfecho qualquer, mais penalizador.
Miguel Albuquerque considera que não há custo político para a sua imagem e que pode ir a votos sem qualquer reflexo numa vitória do PSD. Acha mesmo que vale mais do que o próprio PSD, acredita até num cenário favorávelà dispensa do CDS e do PAN, e julga que o partido deve sujeitar-se ao seu calendário pessoal sem pestanejar e por muita contestação que ocorra em algumas cúpulas e nas bases, que ficariam mais confortáveis com uma atitude como aquela que Pedro Calado assumiu, de retirada da vida pública e partidária para se defender sem envolver o partido, e provavelmente regressar, um dia, se houver uma decisão que possa "limpar" a imagem entretanto desgastada inevitavelmente com o processo.
"Fontes" internas não têm dúvidas que esta estratégia de Albuquerque, corroborada pelos órgãos que não vão reagir contrariamente, embora existam vozes discordantes, vai seguir o calendário previsto para permitir a Albuquerque fazer o discurso da legitimidade. Mas o problema, dizem, está nas consequências que esta decisão terá no eleitorado do PSD, o não militante, que numa grande parte poderá colocar algumas reticências de eleger um líder a responder à Justiça. Por muito inocente que seja. Por muita obra que tenha feito, e é verdade que fez, não é por aí. A perda de votos, que vem caraterizando as últimas votações do PSD-M, poderá acentuar-se e criar ao próprio Albuquerque, mas também ao PSD, um problema de ingovernabilidade política com saída pela porta pequena.
As declarações tanto do antigo presidente do Governo Alberto João Jardim, como de Sara Madruga da Costa, deputada social democrata, no sentido de não haver condições para Albuquerque continuar, fazem crer que ainda coisa poderá acontecer no PSD-Madeira.
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