Henrique Correia
Covid-19 na Madeira não está a descer o esperado; cercas sanitárias podem ser solução
Maurício Melim: "Temos perto de 100 cadeias ativas e há algumas com 20, 30 pessoas. Variante do Reino Unido é responsável por 70% dos casos"

O coordenador da Unidade de Saúde Pública, Maurício Melim, voltou a ser objetivo e realista relativamente à situação efetiva da Covid-19 na Madeira. Fez declarações à RTP Madeira e nelas explicou tudo, a Madeira não está tão bem como podia estar, tem quase 100 cadeias ativas, há cadeias com 20, 30 pessoas, e 70% dos novos casos correspondem a infeção pela variante do Reino Unido, altamente infeciosa, altamente contagiosa.
Quem ouve a dialética política, de manter a economia aberta com um confinamento parcial, que deixa a esperança de um desconfinamento em breve, talvez depois da Páscoa, talvez uma parte antes, fica sem a noção que, afinal, há ainda muito trabalho a fazer e a descida dos números, que dá a sensação de ser mais lenta, não é mera suposição, é real.
Como diz Maurício Melim, enquanto técnico, é preciso diminuir a mobilidade, designadamente no Funchal e em Câmara de Lobos, nas zonas de grande densidade populacional. E se os números continuarem com esta descida lenta, o médico defende a utilidade de serem formadas cercas sanitários, apontando, no entanto, a necessidade de uma ponderação muito grande que se prende com a mobilidade laboral, em áreas essenciais, entre esses concelhos mais problemáticos.
Para Maurício Melim, "só vale a pena desconfinarmos quando estivermos seguros".