Henrique Correia
"De nada servirá saberem muito, terem excelentes notas se aceitarem ser fotocópias"
Bispo do Funchal foi à APEL lançar um alerta aos jovens: "Gastamos a nossa vida a sermos iguais aos outros, gastamos a nossa vida a deixarmos de ser originais para passarmos a ser produtos de uma linha de montagem".

Fotos Duarte Gomes

Carlo Acutis, um adolescente católico italiano, nascido no Reino Unido e beatificado pela Igreja católica, que nasceu em 1991 e morreu com leucemia em 2006, inspirou o Bispo do Funchal na cerimónia da Bênção dos finalistas da APEL para encaminhar as suas palavras aos jovens de modo a que a mensagem fique no sentido de mais diferentes, menos iguais.
“Deus fez-nos únicos”, “originais”, como dizia o Beato Carlo Acutis. Porém, dizia também o jovem citado pelo prelado, a maioria de nós “morre como fotocópias”, escreve o Jornal da Madeira, órgão da Diocese, na cobertura do acontecimento.
D. Nuno Brás lançou uma das mensagens mais emblemáticas desde que lidera a Igreja Madeirense, acrescendo o facto de a mesma ser dirigida aos jovens com um cunho simultâneo de alerta para a sociedade que estamos a construir, por vezes em desconstrução de valores, onde o ter prevalece sobre o ser.
“Deus criou-nos como originais e nós muitas vezes gastamos a nossa vida a sermos iguais aos outros, gastamos a nossa vida a deixarmos de ser originais para passarmos a ser produtos de uma linha de montagem, uma linha de montagem que se chama internet, que se chama televisão, que se chama opinião pública, uma linha de montagem que nos obriga a ser todos uns como os outros”, refere a publicação da Diocese citando o Bispo: “Deus criou-nos como originais e nós muitas vezes gastamos a nossa vida a sermos iguais aos outros, gastamos a nossa vida a deixarmos de ser originais para passarmos a ser produtos de uma linha de montagem, uma linha de montagem que se chama internet, que se chama televisão, que se chama opinião pública, uma linha de montagem que nos obriga a ser todos uns como os outros”.
D. Nuno Brás disse que "ser original é ser como o sal que mesmo usado em pouca quantidade faz toda a diferença. Uma simples pedra de sal “dá sabor, transforma, muda” e Deus convida-nos a ser essa pedra de sal. Sal que “dá sabor, sal que dá sentido, sal que mostra que esta vida vale a pena, sal que faz com que todos os dias sejam diferentes porque não são vividos só com o olhar no chão que pisamos, mas com outro horizonte que é o horizonte de Deus".
Para o Bispo do Funchal “de nada servirá saberem muito, de nada servirá terem excelentes notas se não forem capazes de ser sal, se aceitarem ser fotocópias porque serão simplesmente mais um nesta engrenagem, neste mundo massificado”, alertou o prelado que desafiou os jovens a ter “a coragem de perguntar a Deus que planos tem para cada um” e a “ousadia de os cumprir”.