Declarações do líder causaram desconforto na "Jota": "Quem cria desunião é quem faz comentários insultuosos. Quem cria desunião é quem não tem interesse em assumir as suas rrsponsabilidades".
O jovem ex-deputado do PSD Madeira na Assembleia da República Dinis Ramos, apoiante de Manuel António Correia nas últimas eleições internas do partido, que deram vitória de Miguel Albuquerque, veio hoje a público criticar fortemente o líder depois deste ter feito uma declaração sobre os jovens da "Jota" social democrata, que como se sabe foram a base de apoio do seu opositor interno: "Miúdos que nunca deram nada ao partido, com uma arrogância e soberba de poder que não é normal. Temos de ser humildes".
Dinis Ramos escreve no Diário que pensou tratar-se de um auto-retrato de Albuquerque, que entrou na Câmara do Funchal com 30 anos e passados mais 30 ainda ocupa cargos públicos. E o jovem, que foi substituir Sérgio Marques no Parlamento, questiona: "Alguém acha que isto são declarações de um verdadeiro líder?"
Para o ex-deputado "não fossem esses miúdos arrogantes e soberbos e Miguel Albuquerque não seria presidente do Governo em 2019. Falo da JSD, mas podia falar das estruturas do partido, das comissões de freguesia, que deram muitas vitórias ao PSD e que não podem admitir ser insultado e destratados por nenhum presidente".
Depois de enumerar vários assuntos que foram base da luta da JSD, Dinis Ramos fiz que "quem cria desunião não é quem defende os seus companheiros. Não é quem procura trazer os problemas para cima da mesa para os resolver. Quem cria desunião é quem faz comentários insultuosos. Quem cria desunião é quem não tem interesse em assumir as suas rrsponsabilidades e tomar a posição que todos consideram mais sensata perante todo aquele momento de infelicidade. O mínimo que se espera é uma retratação pública. Que não aconteceu apesar dos muitos e sensatos apelos daqueles que fazem parte da equipa do presidente eleito. Que inclusivamente já censuraram e discordaram, e bem, embora de forma menos pública..."
Para Dinis Ramos "ajudar o partido não é dizer sim a tudo. É ter espírito crítico, mas em sentido construtivo, como os jovens da JSD sempre o tiveram. Estou certo que os "miúdos arrogantes" da JSD vão ter a maturidade política que Miguel Albuquerque não teve para estar ao nível do que o partido precisa. O PSD/PPD pode contar comigo, pode contar connosco. Há um bem maior a 26 de maio, que é a Madeira".
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