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Discurso de maioria absoluta e ausência da deputada "dissidente"

Foto do escritor: Henrique CorreiaHenrique Correia



Tanto no Governo como na oposição, também ela a aprender sobre o que faz quando é para decidir, há uma espécie de procura pelo equilíbrio. Esperemos que neste meio termo possa ganhar a Madeira.




Terminou a discussão e votação do Orçamento e Plano da Região para 2024. No final, aprovação por maioria simples (22-21), com o PAN a ser fiel da balança e o CHEGA a se abster com três dos quatro deputados face à ausência, conveniente, da deputada "dissidente" Magna Costa, que protagonizou recentemente um momento de tensão quando votou contra o Programa de Governo, um sentido diferente do resto da sua bancada, obrigando o PAN a estar atento para votar conforme as necessidades do momento, sendo então com a exigência de uma maioria (absoluta) de 24 deputados.

Mas neste último dia, além das incidências referidas, é importante fazer uma reflexão sobre o discurso do PSD, por parte do deputado Bricio Araújo, que manteve duas posições que porventura poderiam ser interpretadas como antagónicas, por um lado pedindo responsabilidade aos partidos da oposição, com incidência no PS e no JPP, apontando a importância de haver orçamento, mas por outro desferindo um "ataque" circunscrito ao líder do PS Madeira, com quem o PSD poderá ter que negociar numa Legislatura onde não tem maioria absoluta e, nesse caso, manda a prudência que tenha, também, uma atitude de discurso responsável com um potencial negociador, não se sabe quando, não se sabe quanto.

Bricio Araújo apostou numa intervenção com tom de maioria absoluta, teve muito de discurso para dentro do seu partido, de militância, remetendo toda a responsabilidade deste impasse político para a oposição e particularmente para o PS, que apesar de tudo ainda é o maior partido da oposição. E na verdade, a maior responsabilidade na procura de consensos é de quem precisa de votos para passar as políticas, o PSD. No fundo, o PSD Madeira seguiu, neste discurso através de Bricio, um pouco a tendência do PSD nacional, ou seja não tem maioria absoluta mas discursa como se tivesse com ataques constantes aos líderes com quem precisa negociar. Uma atitude que até pode resultar para dentro com loas de "assim é que se faz o combate político", mas para fora funciona como um comportamento contraditório com a negociação que se precisa, além de que até surge um pouco em contraciclo com as declarações de Miguel Albuquerque no sentido da tranquilidade, da disponibilidade negocial. Há qualquer coisa que não bate certo. Ou se calhar bate.

Esta é uma Legislatura que prometeu muitos avanços e recuos. E depois, há uma aprendizagem em curso sobre um exercício de poder em minoria, uma novidade depois de muitos anos de maiorias absolutas. Tanto no Governo como na oposição, também ela a aprender sobre o que faz quando é para decidir, há uma espécie de procura pelo equilíbrio. Esperemos que neste meio termo possa ganhar a Madeira.




 
 

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