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Duarte Azevedo

E os hóspedes do Desporto? Também vão pagar taxa turística?



Se se confirmar que pagam, as organizações receberão alguma percentagem dos valores arrecadados, como parece que irá acontecer com a APRAM relativamente aos passageiros desembarcados no Porto do Funchal?



Taxa Turística será aplicada ao Desporto? E haverá benefícios para o setor?

As perguntas podem ser descabidas mas, como diria o Badaró, 'Perguntar não ofende....'. E, como é sabido, não há perguntas difíceis, as respostas é que o poderão ser.

Assim sendo, será que a Taxa Turística que a AMRAM aprovou para a Madeira será aplicada aos desportistas que nos visitam? Àqueles que vêm para os grandes/pequenos eventos ou, mesmo, para aqueles que vêm integrados em equipas que aqui têm competição?

Se tal se confirmar, em termos práticos temos, por exemplo, uma equipa de futebol que nos visita - seja para cumprir o calendário feminino, seja para o calendário masculino da II Liga ou Campeonato de Portugal, seja de profissionais , seja de não-profissional, seja de juniores, juvenis ou sub 15 (a taxa abrange até aos 13 anos) - terá de desembolsar numa jornada 120 euros, fazendo este valor para uma comitiva de 30 elementos e dois dias de estadia. Valor irrisório mas que já não será assim tão irrisório se multiplicarmos os tais 120 euros por todo o campeonato.

Numa competição de 17 jornadas, teremos, então, 2 040 euros. Continua a não ser muito significativo mas... é dinheiro. Até porque temos que multiplicar tal pelo andebol, ténis de mesa, basquetebol e (muito pouco) voleibol.

Agora 'desloquemos' a taxa turística para uma grande competição. Por exemplo, para a Maratona do Funchal (que inclui 'Mini' e Meia') que deverá contar com a presença de mais de mil forasteiros. Mesmo que fossem (apenas) mil teríamos 4 mil euros arrecadados em taxa turística se acreditarmos que os atletas ficariam apenas dois dias na Madeira. O que, convenhamos, não acontece. A permanência desses forasteiros por cá prolongar-se-à, certamente, por muito mais dias, provavelmente abrangendo os sete que são taxados.

Outra questão que se pode colocar - atenção, repetimos, perguntar não ofende... - é que se essas organizações receberão alguma percentagem dos valores arrecadados, como parece que irá acontecer com a APRAM relativamente aos passageiros desembarcados no Porto do Funchal?

Se os desportistas não forem taxados, surgem outras questões. Continuemos na Maratona do Funchal. Muitos participantes vêm acompanhados por familiares e amigos; ora a uns será aplicada a taxa turística e a outras não? Como será feita a seleção de quem paga e quem não paga?

Noutra realidade, numa comitiva pagam todos? Os jogadores, os treinadores, o médico, o massagista, os dirigentes...?

Perguntar não ofende...


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